«Também ficou evidente que são os autarcas que tentam fazer pontes e resolver problemas, porque têm orçamento, coragem e o apoio das pessoas.»
«Também ficou evidente que são os autarcas que tentam fazer pontes e resolver problemas, porque têm orçamento, coragem e o apoio das pessoas.»
Os portugueses gostam de verdade. E aceitam sacrifícios quando sentem que há verdade no que lhes é pedido. Quando sentem que há verdade. E hoje não o sentem. Não sentem medo, não sentem dúvidas de que isto é a sério, não sentem desilusão, não sentem firmeza, não sentem confiança, não sentem esperança. Estamos prestes a entrar na fase do Desespero.
Já é assim, há semanas – ambulâncias seis e sete horas à espera à porta dos hospitais COVID para deixarem doentes, que não podem ser recebidos por falta de camas – mas neste domingo eleitoral chegou à capa dos grandes jornais e do alinhamento dos principais telejornais. Passou a ser tangível.
O Confinamento não se faz para evitar que as pessoas apanhem o vírus neste ou naquele sítio. Para isso existem as máscaras e a sua obrigatoriedade. O confinamento existe para impedir que as pessoas se movimentem e se cruzem com outras pessoas.
E no fim disto tudo vou queixar-me da oportunidade literária perdida que promovi, ao não registar em diário ou em blogue os principais momentos dos dias deste “Inverno do nosso confinamento”.