Assinala-se hoje o primeiro aniversário da Fundação Mata do Bussaco (FMB). O decreto-lei que criou a Fundação é de 19 de Maio, apesar de ser esperado desde Fevereiro desse mesmo ano. A Fundação liderada por António Jorge Franco fez bem em lembrar a efeméride, em consagrá-la formalmente como o dia da fundação da Fundação.
A FMB acabou por ser a solução institucional que se conseguiu arranjar para resolução de um problema sério, grande e urgente que o país tinha em mãos. Merece, por isso, todo o empenho que nós, os que amamos a Mata, estivermos dispostos a dar, não pela FMB, mas pela Mata em si, pelo que ela representa e pelo património que congrega.
Estou convencido que a FMB marca o dealbar da ‘quarta idade do Bussaco’ – como epitetou o professor Carvalhão Santos. Deve procurar ser uma instituição da Mata, para a Mata e por causa da Mata. Deve procurar financiar-se sem depender daqueles que foram – até há bem pouco tempo – os seus principais agressores. Deve contar com o apoio dos amigos e valorizá-los.
Fui convidado para participar na sessão solene do aniversário e fiz questão de estar presente. Valorizo a história da Mata do Bussaco – acho que isso é notório – e não me darei ao luxo de deixar de poder testemunhar o que estiver ao meu alcance viver.
Não serei certamente censurado se disser que nos discursos que ouvi – diria que três discursos e meio* – senti a falta de duas referências fundamentais e às quais a História da Mata do Bussaco não pode ser alheia:
– Não é justo assinalar este aniversário sem enaltecer o trabalho de Carlos Alberto da Costa Cabral pela resolução do problema que assolava a Mata Nacional do Bussaco. Trata-se de um homem que na cirscunstância é o presidente da Câmara Municipal da Mealhada, sem a intervenção do qual este problema nunca seria resolvido. Foi Cabral que conseguiu mover esforços, nomeadamente junto do primeiro-ministro, para que o problema tivesse a atenção que merecia. Foi a sua insistência e o seu estatuto dentro do partido e da Adminsitração Central que fez com que o assunto voltasse a ser debatido depois da ‘falência’ do modelo da Reggie Cooperativa e chegasse a bom-porto. Teve, na circunstância preciosa ajuda de outras pessoas, que, conscientemente ou não, ajudaram a estratégia do presidente da Câmara. Cito autarcas, deputados e dirigentes do PSD e do Partido Socialista da Mealhada que, ocupando lugares de Estado e cargos partidários, mantiveram o assunto na ordem do dia ao longo de bastante tempo.
Por outro lado, há uma segunda referência cuja ausência me chamou a atenção. Não compreendo que não se tenha feito um elogio público à pessoa de Ascenso Luís Seixas Simões, à época, secretário de Estado das Florestas e do Desenvolvimento Rural. Foi este homem que decidiu resolver o problema da gestão da Mata do Bussaco. Foi ele que obrigou à negociação entre cinco ministérios para se encontrar uma solução juridica viável. Foi ele que obrigou a que o assunto ficasse completo antes da nomeação de um novo Governo. Foi ele que garantiu que esta não seria mais uma oportunidade falhada para a Mata Nacional do Bussaco.
Parabéns à Mata Nacional do Bussaco, à FMB e o meu muito obrigado aos obreiros de uma solução cujos defeitos certamente se conhecerão, mas cujas imensas virtudes são já notórias e notáveis.
* Uma vez que não percebi porque razão foi dada a palavra a uma chefe de gabinete de um secretário de Estado, estando presente o Governador Civil…
Nota (*) bem apanhada !