Soube do falecimento da Dona Maria ‘do Rei’, na quinta-feira. Confesso que estava convencido que a senhora já havia falecido há muito tempo. Lembro-me de a ver na casa da minha avó Maria, há muitos anos, de as ver conversarem e de achar que eram amigas. Foi uma senhora que me habituei a ver pelas imediações. Foi ela que mandou construir a torre que neste momento sustenta o sino da capela de Sernadelo, e dessa benemerência ficará registo histórico.
Soube hoje que se chamava Maria Olímpia Alves Ferreira e que tinha 88 anos. Os meus sentimentos à família.
O que gostava de sublinhar nesta evocação é a força que estas mulheres, as que apoiaram os maridos, que deram a cara, o corpo e muitas delas a saúde pelo projeto coletivo de que hoje nos orgulhamos tanto que são os restaurantes da Mealhada. Não sei se algum dia alguém se dedicará a fazer a história dos restaurantes de leitão de Sernadelo e da Mealhada, da sua fundação e do crescimento que tiveram ao longo de décadas, e das famílias que sob eles se desenvolveram e prosperaram. Espero que se algum dia isso for feito, não se esqueçam das ‘Mariazinhas’ que os construíram – como a minha avó, a Dona Maria Olímpia, ou a Dona Soledade, por exemplo.