Quando me pergunta “porquê?”, nem sempre tenho a resposta na ponta da língua. “Porquê” sou escuteiro? “Porquê” sou tão teimoso? “Porquê”, tendo tanto com que me preocupar, ainda me tornei presidente dos Bombeiros? “Porquê” sou tão truculento quando sei que tenho razão? “Porquê” incentivo meio mundo a deixar de ser apático e apresentar projectos, e programas e ir a votos… quanto mais não seja para que não haja a inevitabilidade de uma não escolha… “Porquê”? “Porquê”?
Não sei.
Mas desconfio.
Há algumas pessoas (poucas) que me fazem acreditar que há um caminho. Essas pessoas não são o caminho, mas demonstram que há um caminho… sempre. Demonstram que podes não te razão hoje. Ou até podes nunca ter razão… mas se lutaste pelo que acreditaste, então fizeste a diferença. Não foste mais um, acrescentaste alguma coisa à vida dos outros.
O João Armando é uma dessas pessoas. Ele foi truculento, ele mandou-se aos ares, ele luta por aquilo que acredita. Apesar de parecer ser a pessoa mais calma do mundo. Não me incluo certamente no grupo de amigos do João Armando, mas sito que o João é uma inspiração.
Não sou do tempo em que o João Armando incendiava os Conselhos Regionais do CNE de Coimbra. Conheci o João em 2003 quando me ofereci para estar no Roverway 2003, na Ervideira. Ele era o chefe de campo e eu estava no Youth Programme. Percebi que o “fulano” era um visionário…
A partir daí fui acompanhando, como pedagógico nacional, convidou-me para estar na equipa projeto do Rover 2005 (que nunca aconteceu porque a Junta Central se demitiu…), do Cenáculo Nacional… e depois quando integrei a Equipa Nacional do Programa Educativo e a renovação da ação pedagógica percebi, de facto, o que o João já tinha feito, o que podia fazer e quem era no escutismo mundial.