Cá em casa o Dia de Reis é um dia especial. É, digamos assim, uma reedição do Natal, com o mesmo objetivo, mas com um enquadramento menos comercial. Se o magos entregaram prendas ao Menino no ‘Dia de Reis’ então é nesse dia que se trocam as prendas cá em casa. Aos adultos a coisa não faz muita diferença… mas as crianças adoram… até porque é sempre bom receber prendas… especialmente quando não se está à espera delas.
Este Dia de Reis de 2018 teve o seu quê… foi especial… com coisas muito boas e muito más… mas é das boas recordações que tem de ficar a memória.
O almoço foi na Vimieira, com um exemplar peru de Natal, seguiu-se a tradicional romaria às ultimas prendas e, por fim, uma perninha com o fabuloso grupo que, desde 26 de dezembro, anda a cantar as Janeiras pelas freguesias de Ventosa do Bairro, Antes, Mealhada e parte da Vacariça, em favor dos Bombeiros da Mealhada. Um grupo que, ‘a cantar-a-cantar’, conseguiu angariar vários milhares de euros (o pecúlio final ser-lhes-á anunciado a eles em primeira mão).
A tradição do cantar as ‘Janeiras’, ou do cantar ‘aos Reis’, aproxima as pessoas – quem canta e quem ouve – e é muito enriquecedora. Efectivamente o andar de porta em porta, a interpelar as pessoas diretamente, a cantar as Janeiras enche a alma. Com a alma cheia lá vivi a terceira parte do meu Dia de Reis com um jantar confortável, uma companhia agradável e a inevitável troca de prendas.
O Natal é quando o Homem quiser… por isso também pode ser no Dia de Reis!
NOTA LATERAL
A propósito dos Reis – confesso que prefiro a designação inglesa: “the three wise men” – interessa deixar claro que são um aspecto simbólico do nascimento de Cristo como Salvador. Apenas no Evangelho de Mateus (e em mais nenhum) aparecem estes personagens. O evangelista nem sequer diz quantos são… E surgem para deixar clara a satisfação da profecia «Os reis de toda a terra hão de adorá-Lo» que aparece no Salmo 72, 11.
São, também, simbólicos os presentes entregues pelos magos ao Salvador. E essas ofertas procuram deixar clara a nobreza, a superior espiritualidade e a imortalidade do Deus Menino. O ouro é presente que se dá a um rei, o incenso oferece-se aos sacerdotes e a mirra a um profeta imortal.
* A imagem que aqui apresento dos ‘Reis Magos’ é a dos meus ‘monarcas’ preferidos… os do Monty Python n’ “A Vida de Brian”