5 de Agosto é o dia do aniversário do meu primo Filipe Castela. Faço questão, há muitos anos, de lhe endereçar os parabéns ou com um telefonema, ou mais recentemente, através de uma SMS ou de uma mensagem no Facebook. Cito isto, porque, durante muitos anos, a chamada ou a mensagem que lhe mandava era, geralmente, de um destino estrangeiro. E na memória de hoje ficam os destinos de onde ia mandando a mensagem.
Em 2000, no dia de hoje, estava em Barcelona. Eu e o meu irmão em viagem inter-rail por Espanha. Já tínhamos dormido dormido na rua em Ourense, já tínhamos fugido de muito calor em Burgos e de uma bomba numa rua paralela à da Pousada da Juventude onde dormíramos, em San Sebastian. De casa vinha a mensagem paterna: Não volta a rebentar mais nenhuma bomba nesse sítio… Voltaríamos a viver o mesmo cagaço em Madrid, daí a uns dias.
Em Barcelona visitámos a cidade. Eu a puxar pelo Diogo e o Diogo com cara de adolescente a fazer o frete da vida. Lembro-me de neste dia 5 termos ficado de manhã pela Pousada – líndissima – de Mare de Deu de Monserrat, e lembro-me de no sítio onde fomos buscar comida, o senhor nos ter dito que os portugueses deviam a independência de 1640 aos catalães, que na mesma altura estava a dar problemas às tropas espanholas, que por causa disso baixaram a guarda em Portugal. Teorias.
À tarde andámos com Gaudi. Das fotos reconstruo a passagem por La Pedrera, pelo Parque Guell e pela Sagrada Família. Um roteiro e tanto para dois tugas contrariados.
Foi bonito o passeio. Pode ser que a Estela um dia o queira fazer com uma amiga. Ia ver que valia a pena. Viajar vale sempre a pena.
Pena não estar a viajar este ano. A mensagem deste ano já seguiu. De casa, infelizmente.