Acredito, verdadeira e nomeadamente, em duas coisas:
- O cidadão tem a obrigação de colocar os seus talentos (energia, disponibilidade, acção e energia) ao serviço da comunidade. Todo o trabalho feito pela comunidade e para a comunidade é feito para si e para os seus, multiplicado por todos os ‘si’ e por todos os ‘seus dos si’. O trabalho feito para a comunidade é uma divisão que se multiplica… como no milagre…
- As boas obras devem ser feitas enquanto as pessoas têm saúde, energia, criatividade e vontade. Acreditar que é no fim da vida que se deve colaborar no associativismo, no colectivismo, ou até mesmo na Politica, é, por principio, um disparate.
Estas são as principais razões que me levam a estar envolvido, de corpo e alma, na vida da minha comunidade. É verdade que, felizmente, tenho os meios económicos – acima de tudo graças aos meus pais e avós – que permitem que possa dar tempo a outras causas que não apenas a da minha sobrevivência. É verdade que, infelizmente, ainda não tenho obrigações, nomeadamente familiares e paternais, que limitem a minha disponibilidade. Lá chegará o tempo em que isto terá de acabar. Até lá, darei tudo o que puder para os outros, sem esperar outra recompensa que não seja a minha própria satisfação em ter sido útil.
Poderá ser difícil para alguns compreender o prazer que tiro, a satisfação que alcanço, em ajudar a minha comunidade a ser mais – mais próspera, mais dinâmica, mais fraternal, mais sustentável, mais solidária, mais livre – mas é, efectivamente, assim. Poderá ser difícil para alguns compreender o quanto gosto e o quanto me orgulho da minha terra – do que ela tem, do que ela foi, do que ela é capaz -, mas é efectivamente, assim.
Vem esta conversa toda a propósito do facto de eu ocupar um conjunto muito alargado de responsabilidades em muitas associações do concelho da Mealhada – e da cidade da Mealhada, especialmente -. Há uns dias, num comentário aparentemente inocente, fiquei com a ideia de que poderia incomodar a algumas pessoas o facto de eu estar a dar um contributo às (ou a tantas) associações da minha terra.
E sobre isso, parece-me importante esclarecer o seguinte:
- Sou diretor da Escola Profissional Vasconcellos Lebre, nomeado pelo senhor Presidente da Câmara Municipal da Mealhada, Dr.Rui Marqueiro. É efectivamente um cargo de nomeação e confiança política.
- Antes, fui diretor do Jornal da Mealhada, convidado pela gerência da instituição – na altura Abílio Duarte Simões, César Borges Carvalheira e Hélder Xabregas.
- Para todos os outros cargos que exerço fui eleito, em eleições livres e democráticas. Nunca usurpei lugares a ninguém, nem exerço nenhum cargo em substituição de outra pessoa ou de forma vitalícia. Se exerço esses cargos foi porque alguém votou em mim (e nas equipas onde me incluo) para exercer essas funções.
- Não sou remunerado, nem tenho qualquer vantagem, subsidio ou compensação, por nenhuma das responsabilidades que exerço – excepto na minha actividade principal, a de ser diretor da EPVL.
- Não exerço nenhum cargo a pensar em ser outra coisa qualquer – como ser presidente da Câmara ou qualquer coisa parecida -. Se algum dia tiver esse tipo de aspirações, lutarei por elas, sem intermediações. Não me preocupo em gerir a minha carreia politica, se o fizesse, provavelmente, resguardar-me-ia muito mais.
Não são os comentários que me aborrecem, e nem sequer me incomodam. Fico mais incomodado com os comentários que não são feitos, e nas ideias maldosas que muitas vezes procriam em cérebros mais pequeninos.