Estes dias de final de outubro e de princípios de novembro são propensos à mórbida sensação do supremo graal da reflexão humana: O Sentido da Vida.

As montras a gritar com Halloween – seja em formato americanizado, sejam as reminiscências dos Santóruns, dos Bolinhos e Bolinhós ou dos pães-por-Deus -, a 31 de outubro.

A 1 de novembro o sussurro do eterno dilema da Homenagem a Todos os Santos, e da dúvida sobre a rota perfeita do peregrino terreno para o velho (e nunca conhecido) caminho da Felicidade e da Santidade.

Para terminar a 2 de novembro com a certeza da morte, numa homenagem sempre completa e certa de que não há maus mortos…

Aparelhados ao Mundo, procuramos sentido – consentido – nos gestos que fazemos, nas opções que tomámos, nas notícias que ‘vemos, ouvimos e lemos’ dos caminhos que tomaram por nós. Pensamos no assunto, assumimos compromissos para o futuro. Para que na hora da nossa morte, sejam sentidas as lágrimas e possamos acreditar que o nosso maior legado (e imortalidade) será a boa memória que terão de nós…

E, depois, ouvimos António Guterres, na Cimeira do Clima – a 26.ª -, em Glasgow, a Censurar: “Estamos a cavar a nossa própria sepultura” – porque não fazemos nada para parar a destruição do Planeta… -. E pensamos: Que frase tão a despropósito quando são os capitalistas que vivem do consumo que precisariam de ficar incomodados com ela…

«O homem livre, no que pensa menos é na morte, e a sua sabedoria é uma meditação, não da morte, mas da vida.»

Espinoza (1632-1677), em ‘A Ética’

 

Ao som de «Meaning of Life», Monty Phyton, 1983 – Banda sonora do filme homónimo

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