OBRIGADO
Por teu sorriso anônimo, discreto,
(O meu país é um reino sossegado…)
Pela ausência da carne em teu afeto,
Obrigado!
Pelo perdão que o teu olhar resume,
Por tua formosura sem pecado,
Por teu amor sem ódio e sem ciúme,
Obrigado!
Por no jardim da noite, a horas más,
A tua aparição não ter faltado,
Pelo teu braço de silêncio e paz,
Obrigado!
Por não passar um dia em que eu não diga
— Existo, sem futuro e sem passado.
Por toda a sonolência que me abriga…
Obrigado!
E tu, que hoje és meu íntimo contraste,
Ó mão que beijo por me haver cegado!
Ai! Pelo sonho intato que salvaste,
Obrigado! Obrigado! Obrigado!
Pedro Homem de Mello (1904-1984)
Obrigado a todos os que nos últimos 306 dias, 10 meses, suspenderam as suas vidas por respeito à vida dos outros. De forma racional, presto reconhecimento pela vossa atitude.
Obrigado a todos os que nestes meses difíceis cumpriram e não deixaram de trabalhar pelos outros e para os outros, fugindo à facilidade da fuga e do esconderijo, particularmente quando foi preciso tomar posição e defender, servindo, a comunidade e a humanidade de cada um de nós. Dou Graças e louvo as suas vidas e o seu altruísmo.
Obrigado a todos os que nos lares, nos quartéis de bombeiros e nos hospitais protegem e salvaguardam e preservam ativamente a vida dos nossos irmãos mais frágeis e mais vulneráveis. De forma profunda, comprometo-me com cada uma dessas pessoas, colocando-me numa posição de obrigação e de vinculação, pelo vosso esforço e Serviço.
Obrigado, obrigado, obrigado – na leitura de São Tomás de Aquino e do seu “Tratado da Gratidão” e nas palavras tão simples de Pedro Homem de Mello.
[2456.] ao #15267.º