Quando Soares, em 12 de junho de 1985, assinou a adesão de Portugal à CEE, eu estava a quatro meses de entrar na escola primária. Não sabia ler nem escrever.
Sou da primeira geração de portugueses europeus.
Não me lembro de demorar 12 horas a chegar ao Algarve, nem de não ter água canalizada em casa. Dois anos depois fui de Sernadelo a Roma, Veneza e Paris numa Hiace com os meus pais.
Em 1996 meti-me no comboio com o meu melhor amigo e fui até Atenas, numa experiência verdadeiramente transformadora. Durante os meus estudos superiores fui colocado na universidade de Tours, em França, ao abrigo do programa Erasmus, mas não me apeteceu ir.
Hoje, conheço 18 dos 28 estados membros da União Europeia e muitas destas visitas foram em contacto de trabalho e de intercâmbio profissional.
Hoje, Dia da Europa e a 15 dias das eleições para o Parlamento Europeu, não posso deixar de agradecer a Soares e a Cavaco, e a Guterres, a Barroso, a Sócrates, a Coelho e a Costa o facto de nunca colocarem em causa o benefício que me é dado por ser português e europeu.

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