Ouvir as histórias dos outros pode ser uma experiência ao mesmo tempo salvífica e destruidora. Especialmente quando são histórias de sofrimento, de dor e de devastação. Destruidora porque é impossível não sentir compaixão. E a compaixão é paixão pelo outro, projetada no outro e pelo outro em nós. Salvífica porque o sofrimento transmitido pode ser catarse, pode ajudar a ver o mundo de outra maneira.

História de vida como que ouvi hoje motiva-me a muitas coisas. Impele-me a procurar mudar o mundo. Porque o mundo onde vive e viveu o meu interlocutor – um jovem de 17 anos – é escuro, é estranho, é desesperado, é inútil. E ninguém merece viver num mundo assim, especialmente quando se tem 17 anos.

Ao ouvir a história não posso deixar de me indignar e de sentir compaixão, e de ter vontade de eliminar do mundo tudo o que permite que um jovem de 17 anos seja ou esteja desprovido de Esperança.

Ninguém tem o direito de tirar o cheiro às flores. Ninguém tem o direito de tirar a esperança a um jovem.

A história que ouvi hoje, pelo protagonista, ensinou-me que o sofrimento humano tem limites inconcebíveis para um privilegiado como eu. E que o Homem, a mais bela e perfeita criação divina, nasceu para ser feliz, mas tendo capacidade para resistir é incompreensivelmente forte e resiliente.

Problemas? Sei lá eu o que são problemas!

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Dia Vencido #14437

Sermões de diretor #1816