Na Concelho da Mealhada isso é impossível. Lembro-me de há muitos anos, num comício político partidário em Luso, um político nacional referir-se genericamente ‘aos mealhadenses’ e alguém gritar da assistência: ‘Ó Palhaço, estás no Luso!’.
Isto é um facto. Não é uma opinião. No concelho da Mealhada, quando, fora, é perguntado de onde são, há algumas pessoas que dizem ser ‘da Mealhada’, há outras que o fazem contrariadas, mas há muitas que se recusam a fazê-lo se forem da Pampilhosa, de Luso ou mesmo de Barcouço.
Este facto tem uma explicação histórica – que ouvi pela primeira vez numa Assembleia Municipal elaborada pelo Dr.Bastos de Matos – e que se prende com o facto de, durante muitos anos, em várias épocas, sucessivos regimes terem usado o separatismo politico-ideológico para impedir a coesão do concelho da Mealhada. Se os da Mealhada eram monárquicos não se podiam misturar com os republicanos da Pampilhosa, e tanto uns como outros fomentaram a rivalidade para não verem os seus adeptos contaminados. E o mesmo se passava com os de Luso e etc.
Ainda hoje sofremos esse estigma, ainda hoje sofremos esse problema de coesão territorial. E nestes períodos eleitorais a situação agudiza-se sempre… e voltam as velhas rivalidades de uns “que são atrasados e só lá têm a Câmara” e de outros que “gostavam de ter uma praia na Lameira” ou dos que “sonham em por umas rodas na Câmara e levá-la para a terra deles”.
Quando é que isto vai acabar? Quando é que poderemos usar o gentílico mealhadense e as pessoas da Pampilhosa, de Luso, ou das Carvalheiras ou do Salgueiral não se sentirem ofendidas e não-referidas?
Vamos acabar com isso?
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