Tenho andado a ler (desde ontem) o “Harry Potter & The Cursed Child”. Ainda não percebi quem é o “rapaz amaldiçoado… se o pai, se o filho, se o melhor amigo do filho que tem tudo para herdar o ódio de ser filho do inimigo do pai… Até agora duas notas: A primeira é que é na maior atribulação e nas almas mais conturbadas que nasce (talvez por necessidade) a amizade mais verdadeira e mais incondicional; A segunda sugere-me como verdadeira a afirmação de mestre Agostinho da Silva – «Acha você que temos de estabelecer distinções entre os momentos graves e os não graves da vida ? Será, por exemplo, mais grave casar-se do que entrar no eléctrico ? […] Todos os nossos actos podem ser igualmente graves e só porque são actos: tudo é consequência de tudo, nenhum elemento se perde nesta máquina do mundo; tudo o que façamos se reflecte no que vem, é já mesmo o que vem. Como havemos de dizer que tal acção é grave, séria, que outra o não é ?» Agostinho da Silva, Sete Cartas a um Jovem Filósofo [1945], in Textos e Ensaios Filosóficos I, p. 243. – por isso, mexer com o tempo, ou desejar diferentes cursos para o tempo pode ser um desastre. É o que é!
Um artigo, hoje, no Observador, de Susana Romana, perguntava “(O que seria a vida da malta da minha geração) Se Harry Potter nunca tivesse existido?”. Um optima pergunta… aliás, uma pergunta brilhante!