Por um lado,
Eu acredito que faria mais sentido o Estado financiar alunos e não escolas e por isso não sou contra os contratos de associação. Estudei sempre na escola pública e não tenho dos colégios nem a imagem da qualidade absoluta e máxima, nem a ideia de ser a elite económica que frequenta os colégios privados.

Sou director-geral de uma Escola privada, financiada por fundos comunitários, a ponto de os meus alunos terem um ensino não só gratuito, como financiado. Por tanto, por uma questão de coerência, não me choca que o Estado financie alunos em vez de financiar escolas.
Por outro lado,
Sou sensível ao argumento de que os colégios privados são um negócio que, em muitos casos, procura ludibriar o Estado para ter um rendimento que não é justo. Há colégios que são um logro pedagógico e uma fábrica de boas notas que selecciona os alunos que lhe interessam. Acho, portanto, que os contratos de associação deviam ser revistos e em muitos casos proceder-se a um corte nos apoios.
Infelizmente
Considero que o debate está desvirtuado porque ambos os lados estão focados em ouvir a sua gritaria e não em garantir que a outra parte os compreende. 
Há quem conteste a decisão do Governo. E há quem defenda a posição do Governo, contestando os contestatários.
De repente a contestação à decisão do Governo passou uma contestação à FENPROF, ao Mário Nogueira, à Esquerda e à sua visão anti-iniciativa privada.
A contestação aos contestatários passou para a contestação à Igreja Católica, aos ricos, aos que não pagam impostos, com a teoria da apropriação do amarelo, com a teoria de que todos os que têm os filhos e beneficiavam dos contratos de associação são uns betinhos chupistas e exploradores da classe operária que paga impostos é um bocado absurdo. 
Já ouvi a ideia completamente anti democrática, e anti-Estado Social de que o dinheiro dos impostos não deve pagar a escola dos ricos nem dos pobres, nem a saúde dos doentes e dos saudáveis…
Um absurdo!
Não é apenas um dos lados que está a perder o foco. Ambos os lados estão a perder a razão. E esse é o meu repto: Vamos parar e conversar sobre o que está em cima da mesa. Não vigora a lei da Selva para ganhar quem mais grita, nem a lei da Terra Queimada para ganhar o ultimo a morrer. Vigora o Bom-senso e há argumentos a considerar em ambas as posições.