Olhar para o passado com nostalgia e capacidade de perspectiva é algo que só quem tem passado pode fazer. E como diz o meu irmão Manel Vicente, “o problema dos homens é que têm passado”.
Quando em 1997 entrei na Faculdade, trazia na bagagem muito activismo… Trazia dois anos de vida associativa no Liceu de quase profissionalismo (que me levou para o Direito e não para a Arquitectura), trazia muito idealismo, muita vontade de agir. Em 1997 ainda não me tinha tornado militante do PPD/PSD, mas sabia-me convictamente nas direitas, provavelmente próximo do novo Partido Popular de Monteiro e Portas.
Foi logo no primeiro ano que passei a incorporar listas a tudo o que era eleições na Faculdade. Logo para a Assembleia de Representantes e, no ano seguinte, em 1998 para a Comissão de Curso do 2.º ano Jurídico, numa lista encabeçada por Tiago Relva – um bom amigo da Guarda que havia conhecido em Macau no Verão de 1997.
Olhar para esta Lista X, claramente inspirada no X-Files que na altura faziam o nosso imaginário televisivo, mostra bem o ecletismo que se pode viver na vida académica mais-ou-menos politizada. Nesta lista, para além de mim, das Direitas teríamos do PPD/PSD o próprio Tiago Relva, Rafael Vale e Reis, Margarida Porto, Manuel Henriques, entre outros. Por outro lado tinhamos os pesos pesados do PCP de 2015: João Oliveira (lider parlamentar do PCP), Ana Mesquita (hoje deputada do PCP), Márcia Simões, com quem se discutia muito sobre a Revolução de Veludo, Paulo Marques…
Bons tempos… em que Direita e Esquerda podiam conviver alegremente (quase sempre!)