Beatriz Pereira Alvim
1380 – 1412
Hoje é Dia da Solenidade de São Nuno de Santa Maria, o Santo Condestável, Nuno Alvares Pereira. O herói de Aljubarrota e general do Mestre de Avis, capaz de o tornar Rei e iniciador da Dinastia mais gloriosa da história de Portugal. Muito se poderia escrever sobre o Condestável, mas como tenho normalmente que o fazer uma vez por ano, nesta altura, deixarei para depois outras considerações. Que fique, apenas, o que Fernando Pessoa, na Mensagem, escreveu sobre aquele que Camões, nos Lusíadas, chamou “um Nuno fero“:
Que auréola te cerca?
É a espada que, volteando,
Faz que o ar alto perca
Seu azul negro e brando.Mas que espada é que, erguida,
Faz esse halo no céu?
É Excalibur, a ungida,
Que o Rei Artur te deu.Esperança consumada,
S. Portugal em ser,
Ergue a luz da tua espada
Para a estrada se ver!
Mas hoje é Veneris dies n’O fio dos dias e o protagonismo tem de ser dado às mulheres. Evoco, por isso, a figura de Beatriz Pereira de Alvim que foi o instrumento para que o Santo Condestável se tornasse, não só o Combatente Santo, o Herói mitificado, para ser, também, o avô de grande parte dos reis de Portugal.
Beatriz Pereira de Alvim, a única filha sobreviva de Nuno Alvares Pereira e Leonor Alvim a chegar à idade adulta, casou-se com Dom Afonso, Conde de Barcelos, filho ilegítimo do Rei Dom João I, Mestre de Avis. Criado na corte com os irmãos, a Inclíta Geração, mas não fazendo dela parte, Afonso sempre foi um problema para os irmãos e vai ser ele o responsável operacional pela desgraça do Infante Dom Pedro, Duque de Coimbra e do desastre da Alfarrobeira. Depois de Pedro ser Duque de Coimbra, Henrique ser Duque de Viseu, Duarte ser Rei de Portugal, Afonso, já viúvo, vai conseguir ser Duque de Bragança… e vão ser os seus descendentes, nomeadamente o seu sexto-neto, o 8.º Duque, a subir ao trono de Portugal em 1640 e restaurar a tradição de ser português o Rei de Portugal, Como Rei D.João IV, fundando a Dinastia de Bragança que durou até 5 de outubro de 1910.