Painéis de São Vicente de Fora
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Pintura a óleo e têmpera sobre madeira
Museu Nacional de Arte Antiga, em Lisboa.
Preciso de uma imagem do Infante Dom Pedro, Duque de Coimbra – um dos meus personagens preferidos da História de Portugal – e para além de duas ou três imagens clássicas, mas inexpressivas, vi a salvação na estátua do ‘Infante das Sete Partidas’ da autoria de Alves André, que está colocada no centro de Mira. Como não podia deixar de ser, sempre que se fala da Inclita Geração, apareceram-me os Painéis de São Vicente de Fora. E mais uma vez me vejo a consultar este texto que apresenta um conjunto de novas interpretações da obra de Nuno Gonçalves que me parecem muito interessantes.
Os painéis nunca foram consensuais. Inicialmente achava-se que retratavam a veneração de Portugal – com a representação da Familia Real, da nobreza, do clero e do Povo – ao padroeiro de Lisboa, São Vicente. Mas “uma investigação recente de Jorge Filipe de Almeida, levou a concluir que os painéis (…) representam não São Vicente (que era a tese mais popular, não obstante várias discrepâncias iconográficas) mas sim o funeral simbólico de D. Fernando, o Infante Santo irmão de D. Duarte, que morreu exilado em Fez, Marrocos”.
Neste texto que cito, há ainda interpretações ainda mais inovadoras e algumas até revolucionárias… Por exemplo, a de que o homem de bigode e chapéu de abas, não ser o Infante Dom Henrique – que alguns consideram até ser a única figura imediatamente reconhecida dos painéis e sobre a qual se pintaram inúmeras imagens e se fizeram um carradão de estátuas – mas sim do irmão, o Rei Dom Duarte.
