A Igreja Católica lembra hoje ‘Todos os Santos’ e, amanhã, os ‘Fiéis Defuntos’. Em Portugal, como antes-da-Troika o dia 1 de Novembro (de ‘Todos os Santos’) era feriado, desde há vários séculos observado (parece que desde o século XIII) por ser ‘dia de guarda’, as pessoas aproveitavam para nesse dia e não no seguinte se dirigirem aos cemitérios e homenagear os seus parentes e amigos já falecidos. Limpam-se as campas, decoram-se com flores e acedem-se velas. Trata-se de uma tradição que, acima de tudo, ajuda a completar o entendimento do ciclo da vida (de que a morte faz, inevitavelmente, parte).

A Liturgia, ao juntar a solenidade dos santos todos num só dia, procura, acima de tudo, salientar e elogiar o caminho da santidade na vida das pessoas. A leitura do Evangelho é o texto de Mateus conhecido como o Sermão da Montanha, onde Jesus apresenta as directrizes básicas do modelo do Homem Novo, do Cristão cuja proposta Ele próprio preconiza.

Falar da santidade cristã, hoje em dia, remete-nos para duas ideias imediatas. A primeira é a proposta preconizada por Josémaria Escrivá, a da santidade na vida quotidiana, pelo trabalho, pela honestidade e pela devoção. A outra – que gostaria de aqui hoje sublinhar de forma mais veemente porque me assolou durante o dia todo… – é a do martírio dos cristãos perseguidos, especialmente em Africa e no Médio Oriente

Nos anos de 2012 e 2013 os números diziam-nos que era mortos anualmente cerca de 105 mil cristãos, apenas por causa da sua fé. O aumento destes crimes do ano de 2010 para 2011 subiu, nada mais nada menos do que 132%. E isto são números conhecidos antes do advento do Estado Islâmico, que nos últimos meses tem liquidado quase um milhão de cristãos.

A religião cristã, ou o Cristianismo – católicos, ortodoxos, protestantes, coptas, evangélicos, etc – é a religião com mais seguidores no planeta, tem entre 2000 e 2200 milhões de seguidores. E até podia considerar-se que por ser a maior será a mais opressora, mas não é verdade. É, aliás, a religião cujos crentes são mais perseguidos e martirizados. Aliás 75% dos actos de intolerância religiosa no planeta são praticados contra cristãos. E em 133 países, os cristãos sofrem perseguição por parte do próprio Estado.

Esta informação, esta mensagem, dos mártires cristãos – que já foram mais nos últimos meses do que nos primeiros anos, quando eram comida de leão e divertimento nos coliseus romanos – tem sido divulgada pelo Papa Francisco, nas suas orações e exortações, mas no plano político o assunto é tabu, perfeitamente marginal.

E isso é um insulto e deve ser entendido por todos como tal.

LISTA DOS NÚMEROS DE SEGUIDORES

Cristianismo – entre 2ooo a 2200 milhões

Islamismo – entre 1570 a 1650 milhões

Sem religião – cerca de 1100 milhões

Hinduísmo – entre 828 a 1000 milhões

Religiões folclóricas (animistas p.e.) – entre 600 a 1000 milhões

Budismo – entre 400 a 1500 milhões

Religião Tradicional Chinesa – cerca de 400 milhões

Xintoísmo – entre 27 a 65 milhões

Sikhismo – entre 24 a 28 milhões

Espiritismo – entre 15 a 20 milhões

Judaísmo – entre 14 a 18 milhões

Wicca e Neopaganismo – entre 12 a 19 milhões de seguidores