«Agora, e segundo Filomena Pinheiro, vice-presidente da Câmara da Mealhada, “estamos aguardar uma reunião, promovida pelo Turismo Centro de Portugal, onde estarão os três promotores da candidatura do leitão – Autarquia da Mealhada, Confraria Gastronómica do Leitão da Bairrada e Confraria das Almas da Areosa e do Leitão à Bairrada, de Águeda – a fim de se fundirem ou escolherem um representante para esta candidatura”.»

in Jornal da Mealhada de 13.04.11


Não teria sido mais fácil fazer este esforço de concertação antes de fazer as candidaturas (como aliás sugerimos em 9 de fevereiro de 2011)?

A Câmara da Mealhada decidiu candidatar o Pão da Mealhada! Fez muito bem!
A Câmara da Mealhada decidiu candidatar o Leitão da Mealhada! Asneira!

Porque a marca Leitão – embora seja na Mealhada que se come o melhor do mundo – está acoplada à palavra à Bairrada! É asneira separá-la por teimosia bairrista que passa a ser interpretada por muitos setores como ignorância ou pequenez de espírito!

Por causa da eventual certificação do produto – que pode trazer exigências que nem se imaginam, como tantas vezes acontece – levou alguns restaurantes a batizarem os seus pratos com nomes especificos, como “Leitão à Pedro dos Leitões”. Mas isso são produtos comerciais, porque também se diz que o Leitão do Pedro ou o Leitão do Rocha é melhor do que o de não sei de onde. E aí, nos menu, é legitimo que tenham uma denominação própria – até porque foi uma precaução. Mas é tudo Leitão à Bairrada.

Peço muita desculpa, mas candidatar – dar visibilidade a um produto que não existe – o Leitão da Mealhada foi um péssimo serviço à ideia que queremos difundir de que o melhor leitão come-se na Mealhada e é à Bairrada! Foi um tiro no pé!

O resultado foi o que se viu! E pese embora agora dêem cambalhotas para se desdizerem, a verdade é que vão ser obrigados a dialogar com as confrarias com quem não se quiseram concertar por orgulho, e vamos lá ver se não ficam com a conta para pagar! Cheira-me que isto ainda vai dar que falar!

Aborrece-me que não haja – para alguns assuntos – a inteligência suficiente para pensar racionalmente! Custa-me!

Não se queixarão de falta de aviso! Eu disse-o em 9 de fevereiro!

«Conhecendo a região como se conhece, não temos, também, dúvidas de que, não havendo uma entidade – administrativa, associativa, pública ou privada – Bairrada, a Mealhada não será o único concelho a procurar candidatar o Leitão assado (da Bairrada, ou da Mealhada) a maravilha gastronómica. E é aqui que surge o problema ou – como otimistas que procuramos ser – a oportunidade.
Diga-se o que se disser, o nome da Mealhada está intimamente ligado ao produto Leitão. Em termos de notoriedade, o produto ganha em ter o nome da Mealhada associado ao seu nome. Trata-se de um facto, custe a quem custar. No entanto, sabemos que há um conjunto vasto de iniciativas e de grupos que – desvalorizando este facto, e muitas vezes sem qualquer tentativa de ligação ao nosso concelho – têm procurado deslocalizar o centro nevrálgico da notoriedade do produto para outras proveniências.

Resulta, então, que há necessidade de ‘enterrar o machado de guerra’, e procurar criar uma plataforma regional – com as câmaras municipais, as confrarias gastronómicas e, acima de tudo com os produtores de leitão e empresários da restauração – que permita a candidatura do Leitão assado como ‘Maravilha Gastronómica’ capaz de, na categoria Carne, e na região centro, assumir a sua preponderância natural.

Este esforço de concertação – que é, acima de tudo politico – deve procurar ser célere e eficaz. Será admitida a primeira candidatura que chegar a Lisboa, sendo certo que uma candidatura do Leitão da Bairrada feita sem o apoio da Câmara da Mealhada e dos 58 restaurantes do município estará morta à partida, do mesmo modo que candidaturas de Leitão à Bairrada e de Leitão da Mealhada se anularão mutuamente.» AQUI

A organização – que até usou uma imagem de Leitão à Bairrada para divulgar o concurso – mandou para trás o “Leitão da Mealhada”. Foi a nossa sorte, porque senão acontecia como a Lampreia do Mondego, que com tantas candidaturas emigrou para o Douro!

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