«Nem todos os direitos podem conviver com a crise!»
ANTÓNIO BARRETO, citado no Diário As Beiras


No Diário das Beiras de hoje, 28.09.10
«Segundo o sociólogo António Barreto, a totalidade dos direitos dos cidadãos inscritos na Constituição Portuguesa não são “compatíveis” com o período de crise económica que o país atravessa.
As declarações do sociólogo foram feitas ontem (27) à noite, em Coimbra, no final de uma palestra sobre “Desenvolvimento Regional de Cidadania”, promovida pelo Rotary Club de Coimbra/Olivais.
À Lusa, o antigo ministro disse ser crucial operar uma distinção entre direitos fundamentais e direitos sociais e económicos, numa altura tão difícil.
“Vamos à Constituição e vemos que o cidadão português tem todos os direitos e mais alguns. Tem direito à saúde e educação de graça, à habitação”, lembrou António Barreto, garantindo que estes direitos não são, de momento, “compatíveis” com o estado das finanças públicas.
O sociólogo acrescentou que tem de ser feita a distinção “entre os direitos que devem ser absolutamente invioláveis – direito à privacidade, à integridade humana individual, direito à boa reputação, de voto, de expressão, de circulação – e os outros, que são interessantes, importantes, mas não são do mesmo nível de inviolabilidade como são os outros”.
António Barreto concluiu ainda que é contra a abertura de um processo de revisão constitucional nesta altura. Para o antigo governante, este processo deveria ser feito “daqui a seis meses ou um ano, depois da eleição do presidente da República e devia ser feita com mais calma”.»Estas afirmações se viessem de um qualquer tipo da Direita eram classificadas como fascistas. Vindas de um intelectual – que muito aprecio – paladino da Esquerda são o quê?