Jorge Palma
«A Gente Vai Continuar»
Esta música, para mim, é quase um hino. Um hino de esperança na resistência. Uma esperança à beira da loucura, do precipicio.
Muitas vezes, a vantagem de quem acredita é que se sente testado, posto à prova e isso sabe sempre a temporário… impele-nos sempre a acreditar que a coisa vai mudar, vai melhorar depois do teste. E até pode haver recompensa. Mesmo que saibamos que não, que vamos transportar a nossa cruz para sempre, passa-nos pela cabeça que no fim da estrada há algo diferente, algo melhor e por isso, só por isso, vale a pena continuar.
Se não tivesse os amigos que tenho – e tenho muito poucos – eu já tinha desistido. E como sou crente, acredito que neles reside a missão de me ajudarem a superar as adversidades. E acredito, também, que a minha missão, a missão que me é destinada, é ajudá-los a eles. Como se tivesse nascido para isso.
Nesta teia de crenças, facilmente se chega à conclusão que enquanto houver estrada para andar eu tenho de continuar, com o meu fardo sempre, mas ao lado deles. Hoje ajudam-me eles, amanhã ajudo-os eu. É o meu fado, que não renego.
Nunca gostei do Jorge Palma – radicalismos de quem é parvo. Lembro-me da Alina ter facilidades nos bilhetes para irmos todos ao TAGV e de eu ter ficado em casa, de, depois disso, ter ouvido o ‘Estrela do Mar’ na Queima de um ano qualquer e de ter dito uns disparates qualqueres… Só depois de ter estado à rasca da esperança é que esta musica me apareceu… se revelou! Hoje é o toque do meu telemóvel e um modo de encarar a vida.A um grande amigo, um urso Nobre e Justo, fica a lembrança: A minha missão é levar esta merda até ao fim, até ao martirio, até deixar de haver estrada para andar. Comeram-me a carne. hão-de me comer os ossos! Eu não desisto! Enquanto caminhares a meu lado!
…às vezes de pé, outras de rastos e outras a precisar de ser arrastado. Mas Nunca Caminharás Sozinho!!
😉
Perdeste um grande concerto, mas em que era impossivel entrar em gloriosas emoções embaladas pela música, porque a degradação humana era tanta, o álcool era a vida e fazia exalar pela boca torcida as palavras muito desintonizadas da melodia que saia dos dedos bem treinados e chegava até nós em gotículas de saliva, nós que estavamos ali, na terceira fila, porque a Alina arranjou-nos os tais bilhetes. Mas sabes o que mais? Aprendemos ali que a música, mesmo crua e servida em cálices muito sujos pode substituir, muitas vezes, o duro ar que respiramos…
Um abraço,
Cecília
Independentemente da opinião que cada um possa ter sobre o estilo de vida que Jorge Palma leva, acho que é difícil não reconhecer o seu enorme talento. Só uma pessoa que viveu muito e com um enorme génio consegue escrever letras como esta, "O Bairro do Amor", "Olá" ou a "Terra dos sonhos". Para mim, não há ninguém em Portugal que escreva letras como ele…
Bela Cecília! É bom ouvir-te! Que a Força esteja contigo! Grande Beijo e passa por aqui sempre!
O talento deste gajo é, de facto, surpreendente! Peço-lhe que se mantenha entre o sóbrio e o ébrio quanto baste para nos ir brindando com as pérolas do caminho!