“Il Postino” ou “O Carteiro de Pablo Neruda”
Um filme de Massimo Troisi, Michael Radford. Com Philippe Noiret, Renato Scarpa, Maria Grazia Cucinotta, Massimo Troisi, Anna Bonaiuto, Mariano Rigillo, Sergio Solli, Linda Moretti. Produção Italiana 1994.
A história fantástica do carteiro que aprendeu a amar fazendo metáforas…
Um dos meus artigos de opinião que versava o Plano e Orçamento da Câmara da Mealhada para 2007, mereceu uma resposta subscrita por um vereador da Câmara. Não percebo o porquê duma resposta oficial a uma opinião dum simples cidadão e nem responderia se ela viesse, como julgo que deveria vir, em nome pessoal, porém, já que o subscritor o faz como vereador eu vou tecer duas ou três considerações sobre a mesma.
Em primeiro lugar para dizer a este autarca, que há pouco tempo descobriu o ovo de Colombo com o desenvolvimento do município através dos jardins, que ainda nem trazia cueiros quando existia uma ditadura, um regime, uma assembleia nacional, uma pide. E mandavam-nos calar, a todos nós. E prendiam-nos e enviavam-nos para as prisões da pide Peniche e Tarrafal se insistíssemos na nossa critica. E calávamos o bico. E os que não calavam, sujeitavam-se. Não sabia? Pois era. Era assim.
E se precisávamos dum favor, dum emprego, dum lugar, até do simples lugar de vereador, ia-mos, ou iam os portugueses lamber as botas do dono, do deputado da lista única, do governador civil, do director da Pide (até se entrava na Universidade com cunhas da pide, dos seus agentes e directores, sabia?) …
E por acaso também não sabia que existia um ministério da propaganda que fazia mais ou menos aquilo que o senhor fez com a sua resposta á minha carta, pois não? Pois existia. Era a voz do dono, na maior parte dos casos, através dos instalados devotos, qualquer coisa parecida com o sol da URSS nos bons tempos!!! O que não é o seu caso, admito perfeitamente…!
Mas julguei que fosse do urbanismo, não da propaganda …não o conhecia como porta-voz! E pelos vistos não lhe chega o boletim municipal, que não é seu, é nosso, pago com o nosso dinheiro, para propagandear em nome da autarquia… Porque a Câmara também não é sua, é nossa. Nem do executivo restrito que não tem capacidade para tratar a oposição senão com a sobranceria das ditaduras! Continua a ser nossa.
E o dinheiro que o senhor lá ganha, bem ou mal, não está em discussão, também sai do nosso bolso! Pois é!!! Sabe que eu já fui mestre-escola e sei este bê-á-bá…
Como é que pretende ter a ousadia de sugerir que um cidadão se cale em órgãos de imprensa livres dum país livre, sejam do município, do país, do mundo ou da galáxia??? Devolvo-lhe imediatamente a senilidade! Com votos de melhoras! Cure-se …!
Fique-se com a sua opinião, tem todo o direito a tê-la, mas deixe aos outros o espaço que por direito também lhes é devido. Respeite-os.
Quanto a mudanças de opinião, só os burros não pensam, só os burros portanto, amuam na sua teimosia. Digo teimosia porque ideias seria um insulto para um asino que por principio as não tem. Mas ainda assim, a propósito de mudanças, que exemplo melhor do que esse que tem á sua frente na Câmara? Devia estar calado para não comprometer ninguém. Em cerca de trinta anos que passei pela política, (não tenho nenhuma reforma da actividade, esteja descansado) encontrei muitas vezes o seu actual presidente na oposição. Não passava do crónico eleito do partido comunista! Para ascender ao poder teve que virar a casaca! Deveria saber como vereador da propaganda! Se quer falar em vira casacas, está portanto enganado, isso não é comigo, nunca foi!!! Bata mais perto! Não significa que seja um pecado mortal, mas na sua acepção, parece sê-lo!
Como vê, é preciso pensar antes de dizer alguma coisa! Senão, corre-se sempre o risco de sair grossa asneira!!!
Para terminar, que já vai longa a resposta e o assunto não merece tanto, quero esclarecer, mais ao leitor do que a si diga-se em abono da verdade, que enquanto administrador delegado da Junta de Turismo Luso Buçaco durante dez anos, o fui com o presidente que me convidou para o acompanhar, um militante partidário politicamente correcto e empenhado e com ele e com Marqueiro, em termos de turismo, fez-se entre outras coisas, o seguinte: Piscina e Cafetaria, Luso; Pavilhão Municipal, Luso, Parque de Campismo, Luso; Piscina Municipal, Mealhada; Remodelação Hotel dos Banhos, Luso.
Isto é tudo do concelho da Mealhada, senhor vereador!
Foi muito, pouco, ou não serve para a propaganda politica que lhe convém?
E avançou-se ainda com o Jardim da Pampilhosa e com a ideia do Centro de Estágios. Tudo, com grande empenhamento, participação e pressão por parte da Junta de Turismo. Para que saiba e anote na sua incompleta agenda e para repor a verdade do trabalho a quem também o merece. Não que a mim pessoalmente isso importe, mas pela memória e respeito dos que já não se podem defender e para que outros ainda, por falta de informação, possam vir a regatear como seu.
Fica mal a um vereador, ainda por cima com ovos de Colombo na manga, fazer comparações sobre coisas que ignora ou pretende ignorar. Pelo respeito por pessoas insuspeitas que lutaram pelas coisas, deram o seu empenho e trabalho de forma absolutamente gratuita pelo concelho e acabam, pela boca irresponsável dum político mal informado, por ser levianamente atingidas.
Finalmente, quando avalio os dois executivos onde estive durante dois mandatos, sei o que digo. Acabada a estratégia Marqueiro, na minha opinião, veio o deserto. A falta de estratégia, de iniciativa, de ambição.
E veio, sem qualquer significado para o município, a paróquia! Mais nada!
E se a minha opinião o enerva, garanto-lhe, não há ovo de Colombo que lhe valha!!!
Luso, Março,2007 Mealhadatemas.blog.com
Caro Canilho,
O filme é de facto extraordinário e feito de momentos sublimes. Um dos meus favoritos é o plano do decote da Maria Grazia Cucinotta a jogar matraquilhos com “Il Postino”.
Ave Caesar