Não elogiei a transformação na Revista Única, do Expresso, operada em Setembro deste ano. Para além da mudança gráfica – boa -, houve uma alteração de esquema editorial, que não me agradou. Passou a haver um tema central, analisado de vários pontos de vista, e um conjunto de rúbricas fixas… estilo Notícias Magazine.
Dito de outra forma: a Única passou a ser igual às outras revistas do género – Pública e Notícias Magazine, por exemplo.
Assim quando o tema é interessante a Revista é interessante, quando o tema é uma banhada, a Revista é uma banhada…
É banhada com temas como Mudança ou Televisão, é interessante, muito interessante aliás, tema como Ditadura.
Foi esse o tema da edição do passado sábado. Tema actual, depois da pérola declarativa da Dama de Ferro, a Dr.ª Ferreira Leite – qual cônsul romano a sugerir a ditadura dos tempos da República Romana. E actual também, a três dias do 33.º aniversário do 25 de Novembro. Mas a Única teve a inteligência de ir para além disso.
A edição de 22 de Novembro de 2008 é daquelas para encadernar: Um texto sobre a Bielorrúsia – a última ditadura europeia, que coexiste connosco intra-muros -, uma entrevista a Adriano Moreira – o Príncipe, provavelmente o último e mais brilhante ministro inteligente de Oliveira Salazar -, uma entrevista a Elmano Alves – a primeira entrevista ao último presidente da Acção Nacional Popular, o renovado partido único do Estado Novo marcelista -, e depois textos sobre a autoridade profissional, a autoridade parental, a autoridade sexual, e as ditaduras do gosto e da moda.
Soberba, uma Revista Única.
Adenda de curiosidade…
O posto 666 ser destinado à Ditadura… digam lá que não há coincidências!