1 – Numa volta rápida pelo centro da Mealhada, às 4h30m da manhã de terça-feira – entre a redacção e casa -, vejo, finalmente, o centro parecido com o de uma cidade. Dizem-me que as festas de Carnaval da Mealhada já não são como suíam mas a verdade é que está muito mais gente na rua do que às 16h30m de um qualquer dia de semana… ou de feira. O Carnaval é, de facto, um fenómeno admirável. É pena que quem precisava de comprovar isso esteja, a esta hora, recolhido.
2 – Se é verdade que foram bastantes as críticas ao desfile de domingo – eu acho que até nem correu tão mal como era hábito -, não há dúvidas que na terça-feira correu muitíssimo melhor. Sem o atropelo, sem atrasos, com final marcado para antes do pôr-do-sol. Parabéns à organização e às escolas.
– Como nota final, pessoal, aos desfiles de domingo e de terça-feira, queria acrescentar o seguinte – depois no Editorial do Jornal da Mealhada desenvolvo:
3 – Não vi qualquer homenagem ao Macaca. Lamento. Era importante fazê-lo poucos tempo passado sobre a sua morte. O Carnaval da Mealhada a ele muito deve.
4 – Não vi qualquer referência aos 30 anos do Carnaval Infantil da Bairrada, vulgo Carnaval da Criança, em Domingo Magro. Mesmo tendo acabado há uns anos – e eu até acho que vai ter de renascer – era justo lembrá-lo no ano do 30.º aniversário. Quantos do foliões de hoje começaram por ali?
5 – Acho que o facto de algumas escolas terem escolhido enredos dificeis de descrição visual – como os Sócios, com o aquecimento global, e o Samba no Pé, com a comunicação global – lhes prejudicou a prestação. O Batuque escolheu um enredo mais acessível, a tauromaquia, mas faltou-lhe um pormenor que me parece importante e cuja falha lamento, que é o da tradição tauromáquica mealhadense. A Mealhada, entre 1899 e 1930, teve a mais importante Praça de Touros da região. As garraiadas das Queimas das Fitas realizaram-se aqui durante alguns anos. A ideia de Luís Marques e Manuel Santos organizarem um cortejo carnavalesco na Mealhada, em 1971, surgiu como forma de financiar a compra da bancada de uma praça de touros amovível que tinham comprado para as festas de Sant’Ana do ano anterior. Essa bancada tauromáquica viria a ser instalada naquilo que é hoje o Municipal Américo Couto.
6 – Amanhã escrevo sobre a Avaliação…
Foto de João Oliveira Silva, fotojornalista do Jornal da Mealhada