Já defini o meu voto nas próximas autárquicas há vários meses. Não precisei de grande reflexão para decidir em quem vou votar no próximo domingo. Infelizmente, tenho ideia de que muito poucos são os que analisam programas eleitorais no momento de decidir “onde se vai pôr!” Eu integro essa grande maioria.
Tenho ideia, também, que a escolha passa mais pela análise das caras que concorrem do que pelas ideias. No fundo, as eleições (especialmente autárquicas, que muitos dizem mais genuína porque menos partidarizadas) acabam por ser concursos de popularidade. As escolhas dos partidos para os convites têm em atenção a popularidade e os eleitores dão razão a esse critério de elaboração de listas.

No entanto, acho que é fundamental votar. Defendo que o voto, em Portugal, devia ser obrigatório. Se é obrigatório usar cinto de segurança, não percebo porque não é obrigatório exercer o dever de escolher os responsáveis políticos da República. Porque só assim há República: Quando todos podem escolher e ser escolhidos…
Até porque só quando todos votarmos é que o gesto dos que não votaram, ou os votos em branco ganham realmente valor político. Dizer que a abstenção é uma forma de protesto é mentira. Pode ser, de facto, mas na maior parte das vezes é, apenas, um gesto de negligência e omissão. Dar-lhe valor estatístico e político é absurdo. Se, pelo contrário, todos fossemos penalizados se não votassemos, quem arriscasse esse “castigo” estava, de facto, a operar um gesto de rebeldia.

Todos me dizem que “nem parece que estamos em campanha eleitoral”. Se por um lado isso significa que os candidatos estão a responder ao desafio de austeridade e contenção, por outro lado pode dar a entender que não há aquela euforia colectiva que tem sido direta e inversamente proporcional aos níveis de abstenção. O que pode não ser bom… para ninguém.

Veremos.
No domingo, vote.

E se for eleitor na freguesia da Mealhada não se esqueça de levar uns euritos para “lá pôr” e ajudar a comprar a Ambulância de Socorro que já temos encomendada…