“Volver”,
música de Estrella Morente
música de Estrella Morente
Um música espectacular que no filme homónimo de Almodóvar aparece “cantada” por Penélope Cruz. Volveeeer…
Um música espectacular que no filme homónimo de Almodóvar aparece “cantada” por Penélope Cruz. Volveeeer…
UM AMBIENTE RANÇOSO
Eram sete da tarde quando me sentei no muro sobranceiro ás antigas estufas e á antiga estação dos correios do Buçaco, mesmo em frente á velhinha oliveira de Wellington onde, diz a lenda, o general prendeu a cavalgadura para descansar umas horas na melhor cela dos frades. O sol preparava o fim da tarde com um crepúsculo vermelho escondido atrás das copas e só aquele agressivo cheiro a ranço incomodava a límpida atmosfera que emanava harmonia e adivinhava bom tempo.
O casal de suecos perguntou-me ingenuamente se aquele cheiro horroroso provinha de alguma espécie vegetal existente na mata ou de alguma lixeira próxima. –Não, respondi macarronicamente, é o cheiro do azeite duma fabriqueta de ranço ali no sopé da serra. Perguntaram-me o caminho para Coimbra, entraram num carrão volvo estacionado ali mesmo e foram-se com um aceno.
Três cães excitados, daqueles que passam o verão ás sopas do hotel incomodando os hóspedes, passaram de nariz no ar a farejar o cheiro a molho estragado que se expandia, na esperança de algum osso para lhe fazer companhia. Foram-se abanando o rabo e de pescoço esticado lambendo no vazio sem saberem o quê. O resto era silêncio como no tempo dos frades em hora de orações mas não se ouviu o sino do mosteiro nem a sineta esganiçada das ermidas da floresta na chamada geral crepuscular.
Desci ao Luso com o objectivo de analisar o ranço junto ás termas e sentei-me num banco de madeira debruçado no lago. O ranço era ainda mais agressivo e forte. Na realidade o ar que se respirava estava saturado de gordura, não daquele aroma delicioso que acompanha o azeite nas batatas com bacalhau, mas dum pestilento odor, não sei se atentatório da saúde de cada um, mas algo insuportável, nauseabundo, enjoativo e doentio. E faltam-me adjectivos para continuar! Era pois uma questão tridimensional e não apenas coisa de altitude! O cheiro , ao contrário da gravidade, espalhava-se e subia…
Neste mini clima que ora avança e recua ao sabor dos ventos vegeta o Luso e o Buçaco, a Vacariça, ás vezes a Mealhada e não sei se mais localidades deste mini município. Podia ser mini no território e grande nas ideias. Mas não é, é mini nas duas dimensões. Se assim não fosse, este rançoso ranço que corre com as pessoas como o diabo foge da cruz, teria terminado. Mas não, não há autoridade municipal, nem distrital, nem ministerial, nem governamental que consiga acabar com estes cheiros dos restos dos azeites ou obrigue a fabriqueta que lhe dá origem a respeitar o ambiente. É que o incumprimento das leis tem muita força e o laxismo nacional, ainda muito mais.
Contrariamente, como é que um tribunal condena uma velhota de setenta anos por roubar ao lidl três euros e noventa e nove cêntimos em cremes de beleza? Risolândia, brincolândia …??? Paradoxos !
Todos os dias se fala pois na defesa do ambiente, mas na prática prevalece o laxismo onde tudo navega sem cartas e sem leme e, neste laxismo dos nossos brandos costumes se cozem coisas como o deficit, as reformas principescas, os apitos doirados, as universidades independentes, os albertojoões, etc., etc., etc.… Será preciso um diploma dum primeiro-ministro para saber que as universidades privadas são o que são? É preciso conhecimento de cátedra para saber que apitos doirados, casas pias e outros megas processos vão acabar sem resposta? Será preciso ser ingénuo para crer que os políticos vão deixar de saltitar entre administrações e cargos?
Uma coisa é o espectáculo politico levado ás raias absurdas dos objectivos pessoais, outra coisa é o país real que assiste impotente e resignado á tragédia dos seus dias. Desiludido, sem crença, eternamente a caminho dos últimos índices da Europa. Esta semana, todas as semanas… O primeiro no deficit, o último em crescimento, como é ????
Voltando ao ranço, chamava-se assim noutros tempos, li algures que o ranço tinha acabado ou ia acabar. Já devo até ter lido várias vezes. Numa delas, era a autarquia câmara que o dizia num jornal ou num boletim. Parece que o responsável político teria “caído” sobre a empresa tipo ‘golpe de mão’ no bom sentido tudo leva a crer e tinha verificado que o cheiro acabara ou estava em vias de acabar com a instalação duma nova maquinaria de filtragem. -Está á vista! Quanta ingenuidade anda por aí, ou parece que anda, á sombra da gamela politica!
Será este o ambiente de qualidade que nos está destinado. Macabro!!!
E será assim que se atraiem as pessoas para visitar o concelho?
Mealhadatemas.blog.com
Isto é um vírus ou é spam?
Porra!!!!!
Estou farto deste gajo!
Ressabiado inoportuno.