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Ao som de «Paixão», dos Heróis do Mar, Álbum ‘Volume II’, 1983
[2494.] ao #15567.º
Manhã fria de um domingo de Outono, o primeiro de novembro. A escolha mostrou-se perfeita para algum exercício preparatório de mais uma peregrinação a Compostela. ‘Foi Mortágua!‘, como na lenda do Juiz de Fora. Mortágua está do lado de lá da Serra do Bussaco – qual fronteira física, porém apenas simbólica – mas só está a 25 km do centro da Mealhada (e a 50km de Coimbra).
E a jornada de prazer – entre a paisagem, o exercício e a gastronomia – eximiamente preparada pelo mortaguense e amigo Gabriel Lopes, começou com a caminhada pelo Percurso Pedestre das Várzeas .
Começámos na Praça do Município (não é exatamente no sítio designado nos roteiros, mas sendo um percurso circular não tem problema com o local onde se começa). Seguimos em direção a Barril e na zona do curioso parque canino (e humano também) de lazer infletimos para a Ribeira da Fraga. Atravessámos o magnifico carvalhal – deu para recolher algumas bolotas – e seguimos numa paisagem belíssima e bucólica, à beira da ribeira, até ao Parque Verde de Mortágua, na Ponte.
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Atravessada a estrada, seguimos desta vez junto da Ribeira de Mortágua, numa paisagem igualmente interessante – com as diferentes árvores do caminho bem identificadas – e sem qualquer dificuldade. Na ponte da Póvoa voltámos para trás, pela outra margem da ribeira. Novamente no Parque Verde, seguimos pelo casario de Mortágua, até chegar à Praça 25 de Abril, depois de passar o Pelourinho e o Centro de Interpretação da Batalha do Bussaco. E aí, na Praça, em frente à antiga Casa Lobo, degustámos um ‘Juiz de Fora’, o pastel típico de Mortágua – a homenagem à famosa lenda tão elogiosa para a solidariedade e sentido de justiça dos mortaguenses -. As senhoras acompanharam o ‘Juiz’ com café… os homens com um Porto bem aviado.
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Terminado o percurso de nove quilómetros – fácil e bem sinalizado -, seguimos então para o almoço onde não poderia faltar a tradicional Lampantana, acompanhada por um robusto tinto do Dão. Lampantana é ovelha assada em vinho tinto, em caçoila de barro e no forno a lenha (idêntica à chanfana de cabra) que o combate à politica da Terra Queimada do General Wellington fez nascer no tempo da Terceira Invasão Napoléonica pelo Centro de Portugal.
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Não podendo deixar os rebanhos para trás, para não serem consumidos pelos franceses, não os podendo levar nem comer todas as rezes, a melhor solução parece ter sido assar os animais em vinho tinto e, assim, garantir que poderiam ser escondidos e consumidos, muito tempo depois, quando os franceses tivessem passado. O acompanhamento, entre amigos, de uma Lampantana tenrinha e suculenta – um take-away do Restaurante ‘A Roda’, foram as batatinhas e os grelos cozidos. Carne bem apalada e leve, que nos levou ao exagero.

Uma manhã tão trabalhosa – depois do passeio e da tertúlia gastronómica – não poderia deixar de terminar com uma opípara sesta.
Recomendamos! E voltaremos!
#SerFelizÉFácil! #D’Abalada