Achar natural que se comemore com pompa e circunstância a data do primeiro dia na faculdade e se ignore o aniversário do nascimento seria inconcebível. Se colocarmos as coisas nestes termos qualquer pessoa perceberá que ignorar – nos discursos do 5 de outubro, na postura, no sentido do Sentido de Estado – os 875 anos do acto solene commumente aceite como fundacional de Portugal é um absurdo.

Um absurdo quase tão grande como o de dizer que quem defende que alguém devia ter falado no aniversário da Nação tem um problema com a República e com a democracia que ela preconiza.

Não se exigiria nada mais do que assumir com clareza que não há República sem Nação, sem independência, sem portugueses livres e autodeterminados. Lembrar que a Nação fez 875 anos a 5 de outubro nada tem de saudosista pelos tempos dos Braganças, nem de revivalista, nem de defesa da monarquia. Nem anti-República, nem anti-democrático.

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Dia Vencido #14438