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É comum dizer-se que os políticos têm de aprender a ouvir as pessoas… estar atentos…

Confesso que me parece que tão ou mais importante quanto ouvi-las é pedir-lhes que nos oiçam… também… ou pelo menos um bocadinho…

Fazer perceber que as opções têm uma explicação, que as decisões – mesmo as mais difíceis – têm uma justificação, que há omissões, naturalmente, mas que o tempo nem sempre é aliado… e as coisas para serem formalmente validadas demoram tempo… sempre demasiado quando servem (ou deviam servir) para resolver problemas. Que falhamos, claro, mas que não falhamos sempre. Que para nós a casa de cada um é a casa de cada um, e que os interesses coletivos estão sempre à frente dos interesses individuais. Que não nos podemos dar ao luxo de egoísmos bairristas, e que todos têm de ser iguais e diferentes ao mesmo tempo.

E também mostrar, nesse contacto, que não fazemos as coisas com segundas intenções, nem interesses ocultos, nem a pensar em beneficio próprio ou dos amigos (pelo menos os políticos com quem lido diariamente). E que não temos sangue de barata, que não comemos e calamos tudo – disparates ou não – que nos arremessam, que nos perguntam, que insinuam.

A relação tem de ser direta, honesta, franca e aberta … e nos dois sentidos!

DIÁRIO DE UM AUTARCA #257