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A sexta feira, 5 de janeiro, terminou com a participação na cerimónia de posse de um novo comandante de bombeiros numa corporação amiga e vizinha. Na sessão, com vários discursos sobre liderança, dei por mim a pensar no assunto, exercitando mecanismos de proximidade e afastamento da mesma ideia apresentada por pessoas diferentes e com diferentes perspectivas. E de diferentes lideranças que têm de coexistir e colaborar num mesmo corpo de bombeiros. Lideranças que são, igualmente lideranças, mas que dependem uma da outra com particularidades e pontos de contacto muito sensíveis.

Estes temas – liderança, coordenação de equipas, empoderamento, motivação – são questões que sempre me apaixonaram, mas que ultimamente, por dever de ofício especialmente… me têm assolado de modo mais intenso. É nesta senda, na procura de soluções eficazes para o trabalho de coordenação de várias equipas ao mesmo tempo, que me tenho embrenhado no aprofundamento de abordagens como a da Governação Integrada*, por exemplo.

E tanto há a aprender em relação a estes assuntos… como lideranças mais preparadas conseguem que as suas equipas obtenham melhores resultados e os seus colaboradores possam sentir se mais valorizados e motivados. E por outro lado, como é que lideranças de equipas diferentes se conjugadas e focadas em premissas de transversalidade e cooperação conseguem atingir metas coletivas e comunitárias, mas também particulares, até essa altura inatingíveis.

Quando cheguei a casa, nessa noite, no final de semana intensa e na perspectiva de fim-de-semana animado, percebi que tinha estado a pensar nisto no dia do 575.º aniversário da morte de Nuno Álvares Pereira! O Condestável que foi um dos líderes militares mais brilhantes da história de Portugal, mas que se tornou um líder religioso e moral que condicionou e condiciona a perspectiva de muitos ainda hoje. Um militar que se tornou político e que é um santo. Um líder que colocou todos os seus talentos na promoção da liberdade e da autonomia pela liderança secular de outros líderes – Dom João I e dos seus filhos – e da liderança espiritual de Cristo, mostrando-se, ele que já fora o maior dos maiores, no maior dos servos.

*Perspectiva de liderança e governação assente na colaboração, na transversalidade e em parcerias que envolvem o Estado e os diferentes actores da sociedade civil.