E “c’est finit” assim acaba o Cavaquismo (ou então não…). O presidente emite uma última mensagem aos portugueses e apresenta o retrato oficial que o imortalizará na galeria dos Presidentes no Palácio de Belém. Um retrato de Barahona Possollo que está soberbo. Confesso que não conhecia o pintor, mas está um retrato muito bom. Então se comparado com a obra de Paula Rego no retrato de Jorge Sampaio não tem comparação possível.

O Cavaco que vai estar na galeria dos Presidentes é o Cavaco que os portugueses conhecem: austero, erecto, sem emoção, institucional, solene. E até na última mensagem que deixou aos portugueses é a-emocionante…

“No momento em que cesso funções como Presidente da República, quero deixar uma mensagem a todos os Portugueses. Desta feita, não uma mensagem política mas, sobretudo, uma mensagem pessoal.

Servir o País na Presidência da República é uma honra. Os Portugueses, por duas vezes, conferiram-me essa honra. Durante dez anos, procurei corresponder à confiança que em mim depositaram, agindo com sentido de responsabilidade e independência, trabalhando com rigor, seriedade e determinação na defesa do superior interesse nacional.

Foi um privilégio contactar diretamente com milhares de portugueses e percorrer o País nas jornadas que levei a cabo para a inclusão social, a ciência, o património histórico-cultural, a juventude, as comunidades locais inovadoras, a floresta, as pescas e a economia dinâmica.

Sinto, pois, o dever de transmitir um agradecimento muito especial a todos os Portugueses. Aos que em mim votaram e aos que não me apoiaram. A todos, sem exceção, estou profundamente grato. De todos guardo boas recordações, por todos tenho um sentimento de profunda gratidão. Foi um privilégio poder servir os Portugueses. Na chefia do Estado, como já antes à frente do Governo, procurei retribuir a Portugal o muito que o meu País me deu ao longo de uma vida.

Nesta ocasião, quero ainda desejar ao Presidente eleito, Professor Marcelo Rebelo de Sousa, os maiores sucessos no exercício do seu mandato.

Aníbal Cavaco Silva”

Clássico.

Adeus Professor.