“Tenho o síndrome de S.Tomé, eu quero ver para querer”,
disse António Vitorino no espaço de comentário semanal na SIC Notícias, defendendo ainda que mesmo com acordo à esquerda, o Presidente deve indigitar o Passos Coelho para não quebrar com a “tradição” democrática de mais de 40 anos de indigitar a força política que ganha. O Presidente quererá ver, segundo Vitorino, uma solução “clara e transparente”.
O número dos militantes socialistas que discorda de uma solução governativa frentista de esquerda é significativo. E parece-me que não fará grande sentido ignorar este facto. Claro que quem está focado em ver apenas o que gostaria de ver, e não a realidade, dirá que “o PS é um partido pluralista, onde cada um tem a sua opinião!”, mas a realidade vai muito além disso, de uma mera pluralidade de opiniões! Há socialistas – e não são tão poucos como isso – que acreditam que a solução frentista não é benéfica e acima de tudo não defende o interesse nacional e até os interesses do próprio partido.
Vera Jardim, António Vitorino, Manuela Arcanjo, Francisco Assis, Carlos Zorrinho, Sérgio Sousa Pinto, Teixeira dos Santos, Seixas da Costa, Carlos Silva, José Lello, Eduardo Marçal Grilo, entre outros.
Os socialistas que não defendem a solução frentista são pluralistas, os não-socialistas são perigosos reacionários… É como a adaptação e o pragmatismo pós-eleitoral… Os da direita são trafulhas, os da esquerda são coerentes e patriotas. Não são leituras: Ou respeitamos as opiniões por serem de pessoas, ou não! Não podemos é achar que as opiniões de uns são reaccionárias e as de outros são pluralismo. Ainda por cima quando são idênticas!