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VOAR MAIS ALTO – Em 25ABR’75 os portugueses, nas primeiras eleições democráticas – onde puderam votar todos os maiores de 18 anos, independentemente do género ou do estrato social ou económico – referendaram a revolução, por um lado, mas pronunciaram-se, claramente, no sentido de preferirem a via constitucional e democrática de estilo ocidental e excluírem uma ditadura do proletariado. O resultado das eleições constituintes de 1975 foram um marco para a história de Portugal, mas não só. Os países africanos do império ultramarino puderam autodeterminar-se e declarar a sua independência e muito democratas de outros países em ditadura, como os espanhóis, viram no exemplo português que não era inevitável a ditadura suceder à ditadura. Este caso português foi estudado, analisado e motivo para o reacender da esperança de muitos que viram neste pequeno país, uma vez mais, um farol de esperança.
β
“RUMAR AO SOCIALISMO” – Na TVI 24 realizou-se hoje um debate (deve ser isso que lhe chamaram) onde estiveram Jerónimo de Sousa, Manuel Alegre, Marcelo Rebelo de Sousa, Jorge Miranda, Ângelo Correia, Freitas do Amaral e Basílio Horta. Todos deputados constituintes… eleitos (na altura) por partidos diferentes. Foi engraçado – refira-se como nota de rodapé, apenas – a truculência de Jorge Miranda (que eu não conhecia), que para além de ter deixado claro que tinha sido eleito pelo PPD e não pelo PSD, acicatou e atacou o PCP de uma maneira completamente irascível. Mas adorei perceber que o Manuel Alegre foi constituinte mas para além de escrever o famoso prefácio não fez mais nadinha. E deliciei-me ao ouvir o Presidente da Câmara de Sintra, eleito pelo PS, vestindo o papel de dirigente histórico do CDS e justificando o voto contra à constituição, declarar que “não éramos socialistas!”. Freitas do Amaral, antigo ministro de Estado de Sócrates, também tentou este discurso, mas não foi tão enfático.
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E AGORA O FUTURO – Pedro Passos Coelho e Paulo Sacadura Portas decidiram anunciar hoje a coligação do PPD/PSD e do CDS/PP às eleições legislativas de 2015. A única surpresa foi, efectivamente, a escolha da data e o cravo vermelho na lapela do ainda Primeiro-ministro. Era mais do que óbvio que os dois partidos da coligação actualmente no Governo tinham de se coligar. Não fazia sentido Portas andar a dizer mal do legado do Governo, ou atacarem-se num qualquer debate político quando são ambos – o pai e a mãe – responsáveis pelo que de bom e mau aconteceu nos últimos quatro anos. Poderá ter sido – a escolha da data do anúncio – um piscar de olhos à esquerda… não sei… mas acredito que não tenha sido para uma escolha inocente.