É possível que se possa dizer propriedade que a Democracia precisa dos seus mártires e que são eles que, transformando-se em mitos, se convertem em referências que são endeusadas e chegam a patamares de admiração que nunca alcançariam se tivessem sobrevivido. É assim com Francisco Sá Carneiro em Portugal, com John F. Kennedy nos Estados Unidos, com Aldo Moro em Itália, e com Olof Palme na Suécia.
Faz hoje 28 anos que Olof Palme (1927-1986) foi assassinado à porta de um cinema em Estocolmo. Olof Palme é um modelo da social-democracia europeia e um modelo para líderes europeu onde se inclui o Presidente Cavaco Silva, que já se assumiu como um admirador do antigo primeiro-ministro sueco.
Pessoalmente serei mais liberal do que Olof Palme, mas foi uma figura política que tive de aprender a compreender para poder pensar por mim próprio politicamente.
«A diferença entre a Suécia e Portugal ficou bem expressa no diálogo entre Otelo Saraiva de Carvalho e o então Primeiro Ministro Olof Palme. Quando Otelo, ufanamente, lhe disse que “em Portugal já acabámos com os ricos”, ouviu de Palme que “na Suécia acabámos com os pobres”.» Miguel Mota