“Quando for assassinado, sê-lo-ei por um homem do meu povo, do meu partido, provavelmente fundador, ainda que guiado pelo inimigo”, terá dito Amílcar Cabral a Manuel Alegre, em Argel. Assim foi, em 20 de janeiro de 1973, aos 48 anos, por três homens armados do PAIGC, o seu partido, perto da sua casa em Conacri.
“Até hoje as circunstâncias da morte estão por esclarecer. Inocêncio Kani, companheiro de luta de Cabral deu o primeiro tiro, outro, ainda não identificado, deu-lhe os tiros de misericórdia. Também não há uma verdade quanto à autoria moral do crime: um plano da PIDE? Divergência no seio do partido? Conflito de interesses na Guiné-Conacri?”, pode ler-se num qualquer blogue sobre Cabral, que nunca deixou de ser um teorizador, um ideólogo da luta armada africana de libertação.
Cabral dirá: “Eu fui fiel à Pátria portuguesa lutando ao lado do povo português contra o salazarismo. Cantando nas ruas de Lisboa, abrindo brechas entre a polícia, na Rua Augusta, aquando da eleição de Humberto Delgado. Lutei pela Pátria portuguesa sem ser português.”