Ontem, Portugal escolheu uma nova liderança e 5.554.002 portugueses, em 22 círculos eleitorais (faltam dois que serão contados a 15 de junho), escolheram os seus representantes no Parlamento.
Para já (porque faltam distribuir 4 mandatos na emigração) o grupo parlamentar do PSD terá 105 deputados (mais 27 do que tinha), o do PS terá 73 (perdeu 23), o do CDS já só cabe num mini-bus e conta com 24 deputados (mais 3 do que tinha), a CDU tem 16 deputados (mais um do que tinha) e o grupo parlamentar do Bloco de Esquerda já cabe numa carrinha de nove lugares, e fica um lugar vazio (o de José Manuel Pureza?)… O Bloco perdeu metade dos deputados.

Como já se sabia, PSD e CDS tencionam fazer uma coligação – governamental ou de incidência parlamentar (ainda não se sabe) – o que permitirá uma maioria de 129 deputados (56% dos lugares no hemiciclo) na sustentação política do XIX Governo Constitucional.

Pessoalmente estou satisfeito com o resultado. Pela vitória de Pedro Passos Coelho – personalidade que muito admiro e de quem fui apoiante desde a primeira hora -, mas, acima de tudo, pela eleição de um conjunto de deputados – que muito prezo e de quem sou amigo, que, certamente, farão um optimo exercício no cargo de representação política dos portugueses no Parlamento Nacional. Falo de Bruno Coimbra (Aveiro/PSD), de Maurício Marques (Coimbra/PSD), Pedro Pimpão (Leiria/PSD), Amadeu Albergaria (Aveiro/PSD) e Paulo Cavaleiro (Aveiro/PSD).
Estou convencido, também, que Pedro Nuno Santos (Aveiro/PS) e Filipe Neto Brandão (Aveiro/PS), personalidades que apenas conheço de vista, farão, também, um optimo mandato – apesar de não ter votado no partido deles, assim espero. Lamento, por outro lado, a não eleição de Rui Marques (Lisboa/MEP), cuja participação no parlamento, na minha opinião, seria uma mais valia.

A vitória do PSD e a composição de uma maioria de Centro-Direita no Parlamento permitiram a saída da cena política de José Sócrates e a eleição – eu pelo menos assim espero e estou a torcer para isso – de António José Seguro como líder do Partido Socialista. Considero que para haver um bom Governo é preciso que haja uma boa oposição e António José Seguro é o homem ideal, não para uma travessia no deserto, ou “para levar pancada”, mas sim a liderança ideal para a transformação que Portugal precisa e que os portugueses apoiaram no dia de ontem. Os partidos da III República-Velha foram derrotados, está na hora da IV República-Nova.


Como já disse em [1327.] Mercurii dies, em 6 de abril de 2011, “Nenhum politico erra porque quer, nem nenhum responsável governativo ou associativo falha deliberadamente”. As pessoas falham porque em determinado momento, por uma série de razões, não tiveram capacidade ou visão para fazer melhor. Acho que foi isso que aconteceu a José Sócrates. Sem ironia, acho que ele fez o melhor que podia de acordo com as suas convicções e com os dados que teria à sua disposição. As coisas não lhe correram bem e os portugueses entenderam substituí-lo.
Porque acho que o que fez foi dar o melhor de si (e a mais não seria obrigado), porque foi um líder em quem os portugueses confiaram por duas vezes, em dois atos eleitorais democráticos, é de Educação agradecer a José Socrates os serviços que prestou ao País.

“Quando as coisas correm mal, correm por um de dois motivos: Ou porque não tiveram capacidade para resolver o problema, ou então tiveram azar (azar no sentido de não poderem ser responsabilizados pela falha). Eu não acho que José Sócrates tenha tido um mau mandato por não ter dado o melhor de si. Deu, certamente. Não tenho dúvidas disso. Mas o que deu não chegou. E também teve azar. No caso dele aconteceu o pior possível, as coisas correram mal por ambos os motivos. Tudo o que tinha de correr mal, correu mal. Serviu o país, de acordo com as suas possibilidades. Obrigado. Mas já chega”, in [1327.] Mercurii dies.

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