Preceitua a Lei de Murphy que quando uma coisa tem de correr mal, corre mesmo mal… Ou no dizer de alguns, quando pensas que nada pode correr pior, há sempre qualquer coisa que te contraria!
Parece ser isso que está a acontecer com o primeiro-Ministro demissionário.
Na segunda-feira anuncia ao país – em entrevista à RTP (onde praticamente fuzila a jornalista e lhe exige “que reconheça que está enganada”, ali à sua frente! Agora! Já!) – que está a fazer tudo para não pedir ajuda financeira à UE. Na quarta-feira é obrigado a fazê-lo. Menos de 48 horas depois, e três horas a seguir ao seu ministro das Finanças o ter referido ao Jornal de Negócios, o PM fala ao país.
Vai querer dizer aos portugueses que se esforçou muito mas não foi capaz…- até aparece em mangas de camisa, sem casaco, para mostrar o desgaste, talvez até esteja a suar em bica. Vai franzir o sobrolho, fazer um ar sofrido e garantir ao país que por culpa da irresponsabilidade dos partidos da oposição, vai ter de pedir mesmo a ajuda externa.
Não se sabe se a ajuda é o financiamento intercalar, que desmentiu na segunda-feira, ou o bailout final.
Eis se não quando se capta a imagem da encenação do anuncio… “Ó luís vê lá como é que fica melhor”, ordena o primeiro-ministro, qual ator a pedir opinião ao encenador do drama encenado. Ou seja, todo o discurso a que se seguiu, caiu por terra, porque o modo como ficou melhor foi não a verdade, mas uma encenação de um fim trágico!
O primeiro-ministro demissionário teve azar, viu-se o rabo do gato escondido. E foi pena, porque o que tinha para nos dizer era realmente importante e realmente trágico! Cumpriu-se a lei de Murphy… que, assim preceitua, certamente não acaba por aqui!
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