No sábado, 2 de abril, José Luiz Rodrigues Zapatero (ZP), presidente do Governo espanhol, anunciou numa reunião do Comité Federal do seu partido – o PSOE (Partido Socialista Obrero Espanhol) – anunciou a sua decisão de não ser candidato a chefe do Governo nas eleições de Março de 2012.
A sucessão de ZP numa altura de crise das Espanhas – quase tão má como a nossa – demonstra que aquela ideia de que os mercados não gostam de mudança nas lideranças é falsa. Vamos lá ver se é desta vez que Rajoy – o galego líder do PP – vence os socialistas, muito provavelmente frente a Rubalcaba, o todo-o-poderoso ministro do Interior e vice-primeiro-ministro.
Rajoy já exigiu hoje eleições antecipadas – o que não me parece grande ideia -, mas não deixa de ser esquisito que ZP não tenha consciência de que está a meter fogo ao paiol numa altura muito critica da história da Espanha, quando daqui a pouco mais de um mês, a 22 de maio, tem eleições municipais e autonómicas. Por outro lado, do seu discurso resulta claro um forte sentido de responsabilidade que importa salientar. Uma decisão pessoal – a da não recandidatura e a do seu anuncio – que certamente fará história e case study.
Com a eventual saída de Sócrates e do PS do Governo português, e de Zapatero e do PSOE do governo espanhol, fica a Europa ainda mais liberal e ainda mais à direita. Se há poucos anos, as lideranças europeias eram maioritariamente de esquerda, hoje – ou daqui a uns meses – com Cameron, Merkel, Sarkozy, Barroso, Rompuy, Juncker e Berlusconi, por exemplo, e Coelho e Rajoy, entretanto – a coisa muda de figura. Não sei se melhora, mas muda! Pode ser que seja a Direita a resolver uma crise que a Esquerda acusa de ter sido provocada pelo neo-liberalismo!
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Se Zapatero, a um ano, pode ser acusado de ter anunciado a sua não recandidatura demasiado cedo, então a recandidatura de Obama – anunciada hoje, mesmo que de forma informal é de dificil qualificação.
É lógico que já se antevia que Obama se recandiataria. Mas fazer este anuncio – com o inicio da angariação de fundos – que acontecerão em Novembro de 2012, daqui a 19 meses, é capaz de ser um bocado inusitado… não sei.
O presidente lá saberá as linhas com que se cose… Mas também aqui, a forma encontrada para fazer este anuncio, com este “anuncio publicitário”, não deixa de ser um caso a estudar. A campanha de Obama foi muito estudada e valorizada pelos homens do marketing político… valerá a pena acompanhar as novidades da temporada 2012!
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