Na madrugada de terça-feira, os jornais diários garantem que o Governo cai amanhã… Eu não sou tão optimista. Mas o i, por exemplo, di-lo perentoriamente.
No estertor do Socratismo, sobressaem hoje três ministros que são exemplo absoluto do desnorte da liderança política do primeiro-ministro e do que tem sido o rumo do país, pelo menos desde Setembro de 2009.
PEDRO SILVA PEREIRA, o trauliteiro, elogia a orquestra do Titanic. Insiste naquela arrogância completamente descabida, de quem insiste em ditar chavões em que nem ele próprio acredita, para que conste da memorabilia de um tempo estranho. Há momentos, na SIC Noticias, estava a ouvir o Ministro da Presidência – sem ver a imagem – e na minha cabeça “vi” aquele ministro do Saddam Hussein, o ministro da informação Muhammed Saeed al-Sahaf, que insistia em desmentir o óbvio e o que já era vísivel por todos. Este ficará, certamente, como o fulano mais low profile e sórdido do socratismo.
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AUGUSTO SANTOS SILVA, o caceteiro. O autor (material) da célebre frase: Quem se mete com o PS leva!
Como ministro da Defesa que se preze, leva a defesa do Governo ao extremo de criticar o Chefe de Estado, e comandante supremo das Forças Armadas e, cinco minutos depois, estar a trabalhar com o homem cheio de salamaleques e atenções.
O ministro Santos Silva mostrou, nos últimos meses, a fase de um poder que persegue, que não perdoa, que intimida, que por muito libertário que seja, não entende outra linguagem que não seja a Lei de Talião e a velha máxima jacobita do “quem não é por mim, é contra mim!”.
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LUÍS AMADO, o sensato. É, provavelmente, o melhor ministro do Governo. Apesar de algumas vezes na arte da diplomacia a história – essa sacana – lhe tirar razão, a verdade é que foi alguém que sempre deu a cara pela verdade, sem o discurso maldoso e da maldade.
Alguém que há meses pede para ser substituído e que Sócrates não se pode dar ao luxo de perder. Hoje Amado garantiu: “Estamos há demasiado tempo a jogar aos dados com o destino da economia portuguesa e dos portugueses”.
E hoje mesmo, um jornalista perguntou: “Não é do Governo a responsabilidade da abertura da crise política, por se ter comprometido com a União Europeia antes de apresentar o PEC ao País?”. O sensato ministro Amado respondeu: “Eventualmente, esse juízo já foi feito, tem havido muitas leituras sobre isso, como lhe disse gostaria que isso não se tivesse passado, passou-se…”
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