Na linguagem leninista eu sou um reacionário.
Acredito que a Revolução não é a melhor agente da mudança e prefiro as Reformas implementadas pelas democracias constitucionais.
Mas gosto muito do folclore revolucionário. Agrada-me esteticamente. Pelo peso político, pelo peso histórico, pela dimensão utópica e fantasiosa. Tenho pena de, racionalmente, não conseguir aderir à Revolução, para além do gosto pelo folclore.
Mas subscrevo, completamente, a afirmação “A Luta É Alegria!”, nome da música dos “Homens da Luta”, que ganhou o Festival da Canção de 6 de março último, e que – assim espero – representará Portugal no Festival da Eurovisão da Canção, na Alemanha. Não votei porque não me apercebi do fenómeno, mas teria votado com gosto. Para além de uma ou outra frase “anti-reacionária”, subscrevo, também, a letra da música.
Porque a Luta é, de facto, Alegria. Porque a Luta é fundamental. Porque é na Rua, a gritar, que os Povos avançam, . Porque é verdadeiramente transformadora a energia de uma manifestação, da união de esforços em prol de um interesse comum!
Porque é preciso lutar contra o desânimo, contra a desconfiança, contra o desespero, contra o “cinto apertado” e contra as lamurias e o “ar carregado” e “enraivecido”.
Coloquei aqui no blogue – [1281.] – a canção dos Deolinda “Que Parva que eu sou”, assim que dela tive conhecimento. Fui dos primeiros a fazê-lo. Escrevi um Editorial no Jornal da Mealhada e no FRONTAL sobre o assunto [1291.]. Parece-me ser uma musica mais inteligente e mais bem concebida do que a do Jel e do Falâncio. A dos Deolinda é mais fatalista, é mais faduncha, é mais resignada, a dos Homens da Luta é mais popular, é mais esperançosa, é mais alegre, é mais motivadora!
Ambas nos lembram, de que É a Hora de fazer alguma coisa pelo país, pela sociedade construída pelos nossos pais e avós, por nós próprios e pelo futuro!
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