As Eleições Presidenciais estão marcadas. Realizar-se-ão a 23 de Janeiro de 2011. Daqui a 102 dias. Tudo indica que o actual detentor do cargo, Aníbal Cavaco Silva, se recandidate. O professor de Finanças que é, também, o português que mais tempo tem acumulado de exercício de funções políticas – o que lhe confere grande experiência, tem consciência do cargo que exerce e sabe que não pode escolher a data para o anúncio da sua recandidatura de ânimo leve.
Cavaco Silva sabe que no dia em que confirmar ao país que é candidato, perante os olhos dos seus adversários e dos seus oponentes, e, também, perante a comunicação social – filtro importante entre ele e os portugueses -, deixará de ser o Chefe de Estado para passar a ser o candidato presidencial e isso vai trazer-lhe dificuldades acrescidas e uma espécie de perda de legitimidade (pelo menos subjectiva).
Compreende-se que não quisesse anunciar a sua candidatua antes das comemorações oficiais do Centenário da República – teria de fazer um discurso de Estado de forma limpa e clara. O que poderia não ser tão fácil de perspectivar é o que hoje se conhece como o tabu do Orçamento. Cavaco tem de apresentar a sua candidatura com alguma urgência, mas sabe que não o pode fazer antes de saber se vai ter de aceitar a demissão do Governo ou não. Como homem de Estado que é sabe que nos procedimentos que vão ter de ser tomados no caso de o Governo se demitir – a auscultação aos partidos politicos, o convite ao partido maioritário para formar novo governo, etc., etc., etc. vai ter de ser feitos sem mácula e na plenitude da legimitimidade objectiva e subjectiva do Chefe de Estado. No caso de o Orçamento não passar e do Governo se demitir, é possível que o processo se arraste pelo menos por mais um mês… Deixando Cavaco Silva com muito pouco tempo para se apresentar, montar e fazer campanha.
Os timmings que se apresentam a Cavaco Silva são muito dificeis, e não se percepciona nenhuma vaga de fundo a pouco mais de três meses das eleições presidenciais. O que não deixa de ser preocupante!
Apresente a sua candidatura quando apresentar, uma coisa parece-me certa: Eu Voto Cavaco!