Exmo. Sr. Ministro das Finanças,
Ontem, Vossa Excelência, na conferência de imprensa depois da reunião extraordinária do Conselho de Ministro, exortou os portugueses a “dizerem-lhe” onde é que ainda se podia cortar na despesa do Estado.
Na qualidade de português que paga impostos, que cumpre com as suas obrigações cívicas, sociais e políticas, venho, por este meio, dar o meu contributo para esta causa patriótica e informá-lo, com a humildade com que um burro da Mealhada – porque também aqui os há, e dos bons – se dirige a um doutorado em Finanças (ou vice-versa), das oportunidades que se lhe deparam a si, que governa, para cortar na despesa.
E que tal começar pelas 13740 instituições que parasitam o Estado?
Artigo do Diário de Notícias de 22 de Setembro. Clicando em cima liga à edição online
Procurarei – assim me ajude o engenho e a arte – continuar a responder ao seu desafio patriótico e, assim, ajudar Vossa Excelência a cumprir com a sua missão.
Prescindo, desde já, de qualquer remuneração que Vossa Excelência possa querer auferir-me, na certeza, porém, de que o meu desejo de retribuição passa pela concretização da demissão do chefe do Governo, podendo Vossa Excelência – apesar de tudo – ocupar a presidência do Conselho de Ministros até à realização de eleições. Não me parece que seja, para vós e para a Nação, grande sacrificio.
Com os melhores cumprimentos
Nuno Canilho.