«No respeito pelas opções de cada força partidária, o Presidente da República apelou a que os partidos políticos desenvolvam todos os esforços para alcançar em torno do Orçamento de Estado para 2011 os entendimentos que considerem necessários para a realização dos superiores interesses nacionais». Pode ler-se no comunicado divulgado pela Presidência da República, depois das audiências que o presidente concedeu ontem e hoje aos partidos políticos.
Todos os partidos da oposição, todos, à saída disseram que tinham dito ao presidente que seriam intransigentes relativamente à subida de impostos e/ou reduções fiscais e relativamente à não diminuição da despesa pública. Ou seja, só não há orçamento aprovável se o Governo não quiser. Governo e Partido Socialista que, na reunião com o presidente enviou Almeida Santos (que nem deputado é, apesar de ser o presidente do partido), Franscisco Assis e mais duas pessoas que não identifico pelas fotografias. Mesmo que estas duas pessoas sejam secretários de Estado (e acho que não são), o facto de não ter ido a Belém alguém importante na Comissão Nacional do Partido e no Secretariado, nem ter ido um Ministro de Estado, revela bem a importância que o Governo está a dar ao problema.
O Governo está-se a marimbar para isto tudo. Quer fazer vergar os partidos da oposição obrigando-os a voltar atrás naquilo que têm dito e exigido, com a ameaça de uma demissão que sabem que não se concretiza, de facto, nos próximos dez meses.
O presidente fez o que lhe competia, mas se não houver acordo a culpa é do Governo que ainda não cedeu um centimetro.
Se o Governo não cede, não é aos partidos que cabe a responsabilidade da eventual demissão e consequente crise política!