2009 é o Ano Europeu da Criatividade e da Inovação
O que sentirão as crianças, os adolescentes e os jovens quando todos à sua volta, na escola, em casa, na televisão, lhes dão sinais de desapontamento, de desesperança, de depressão, de revolta, de escuridão de espírito, de tristeza ou de cepticismo? A crise económica e social está na rua e é tema de conversa, é justificação de algumas privações no seio das famílias. Os rapazes e raparigas absorvem, de maneira muito particular, o que os rodeia. Qual será a influência destes tempos na vida das gerações mais jovens quando tudo passar?
Há várias maneiras de ultrapassar as dificuldades e os obstáculos que surgem ao longo da vida das pessoas. Em cada situação, de uma maneira geral, há um lado positivo que nos permite, por exemplo, recolher as lições que dessa situação recebemos para, com os ensinamentos adquiridos, podermos agir positivamente no futuro. Com os jovens este discurso não é tão simples. As facilidades e as dificuldades apresentam contornos mais extremados quando somos adolescentes ou até mesmo jovens e o apoio dos educadores e das famílias é essencial.
Não podemos permitir que as nossas crianças, os nossos adolescentes e os nossos jovens entrem em depressão perante as dificuldades que neste momento, e de modo perfeitamente conjuntural, atravessamos. Não podemos aceitar que deixem de acreditar no futuro, que relativizem desesperançadamente os seus sonhos e anseios, que se resignem a um quotidiano de dificuldades e agruras.
Os educadores e as famílias devem assumir o papel de transmitir esperança, e não o contrário. Devem ser promotores de alegria, de optimismo — por muito que isso custe a encenar. Devem ser proporcionadas às crianças, aos adolescentes e aos jovens as condições necessárias para que continuem a sonhar. Para que lutem pelo curso superior a que aspiram, que lutem pelo trabalho na área que preferem. Para que não baixem os braços em circunstância alguma, apenas porque os níveis de desemprego são altíssimos, por exemplo.
O assunto pode ser conversado à mesa, na sala de aula, na palestra antes dos jogos, ou nos treinos de futebol ou de hóquei. Ocasiões não faltarão para dar sinais de que, mesmo em tempo de crise, há oportunidades que se nos apresentam. E que a criatividade e a inovação podem ser ferramentas importantes para fazer a diferença, para singrar, para ir mais além.
E criatividade e inovação é exactamente a proposta que a União Europeia nos propõe para que, no ano de 2009, sejam promovidas “abordagens criativas e inovadoras de diferentes áreas de actividade” e preparadas estratégias para ultrapassar a fase difícil da nossa vida colectiva com optimismo. Para isso foi instituído o Ano Europeu da Criatividade e da Inovação, cujo lema é “Imaginar. Criar. Inovar”.
No âmbito das realizações do Ano Europeu da Criatividade e da Inovação realizaram-se, na passada semana deste mês de Outubro, duas realizações bastante importantes. Nos dias 13 e 14, realizou-se a primeira Cimeira da Inovação, no Parlamento Europeu, em Bruxelas. Neste encontro os deputados e os líderes políticos europeus, com o apoio de duas plataformas de lobbing – a “Knowlegde 4 inovation” e a “Lisbon Forum” – discutiram o tema da inovação associado a novas políticas de emprego e de promoção social e de qualidade de vida dos trabalhadores. De 14 a 16 de Outubro, em Maastricht, na Holanda, realizou-se a Conferência da Criatividade e da Inovação cujo tema foi “Entre em contacto com a criatividade e a inovação, e em que foram apresentadas estratégias de fomento da criatividade na formação superior dos jovens.
O Ano Europeu da Criatividade e Inovação tem como objectivo aumentar nas pessoas e na sociedade a consciência da importância da criatividade e da inovação como competências chaves para o desenvolvimento pessoal, social e económico. Adquire um significado especial no actual contexto de abrandamento económico. Foi criado na Internet o sítio http://www.create2009.europa.eu, dedicado ao Ano Europeu da Criatividade e da Inovação, com notícias de eventos e de actividades, actualizadas regularmente, e mensagens políticas. Uma secção especial desse sítio é dedicada a actividades realizadas nos estados membros.
Não será o lema “Imaginar. Criar. Inovar” um bom mote, também, para o resto do ano de 2009 ser vivido como testemunho de optimismo no sentido de ultrapassarmos os dias mais negros enquanto não chega a bonança?