Sobre os dias que vão sendo vencidos, um a um, e a espuma que sobra deles…
1 de Março, domingo
FELICIDADE – Perguntar aos caminheiros a diferença entre Prazer e Felicidade, e a diferença entre Alegria e Felicidade é debate interessante. O que resulta nem sempre é reconfortante, mas é interessante. Apesar de tantas certezas sobre tanta coisas não deixa de ser bom exercício comparar as respostas – ou o tipo delas – com o percurso que eles próprios – como todos têm de trilhar. As palavras de B.-P. são bonitas e perceptíveis. O dificil é ir para além do óbvio. É pensar não que no ouvimos mas naquilo que nos dizem aquelas palavras sobre Felicidade.
QUARESMA – A Quaresma chegou e o Carnaval nem me permitiu acolhê-la. Corre-se para chegar a tempo e desilude-se quem esperou e não gostou… Será que desiludir os outros é uma forma de penitência? É, pelo menos, uma especie de flagelação – a nós próprios e aos outros. Valeria a pena ser penitente afastando de nós, e de perto de nós, tudo o que nos afasta de Deus e nos afasta dos outros… Ser católico é já ser-se penitente. Ter quase trinta anos, assumir a sua fé, ser escuteiro, ocupar funções com visibilidade pública e de caracter intelectual. É lixado. Acredito que no tempo de Saúl de Tarso seria pior. Hoje resta-nos, sem almejar o martírio, procurar ser testemunho.
IBÉRIA – Hoje houve eleições em Euskal Herria (País Basco) e na Galiza. É porreiro. Que resultados? Que mudanças? Que sinais?
B.-P. – Foi hoje comemorado por quatrocentos putos – e velhadas – só aqui no Núcleo. Terá sido, aliás, lembrado por estes dias por 28 milhões de escuteiros que neste momento estão em actividade no movimento (Imagine-se os que nos últimos 100 anos entraram e arrumaram as botas). Comemorámos o génio de um homem inspirado. Hoje foi um bom dia, na nossa própria tristeza e a olhar para os cachopos, para perguntar o que raio terá faltado para B.-P. (ou o ‘sacana do Velho’) para merecer o Nobel da Paz.