Ou o Carnaval da Mealhada mata este sistema ou este sistema mata o Carnaval
1 – O primeiro cortejo de Carnaval da Mealhada já lá vai. A festa correu bem mas, verdade seja dita, se a teimosia pagasse imposto o deficit do Estado era substancialmente menor… Estava mais que visto que ia haver problemas em meter o cortejo todo no espaço do sambódromo. Ainda alteraram o percurso mas é muito complicado meter o Rossio na Betesga… apesar de haver quem tente. Desta vez os prejudicados foram os que pagaram bilhete (estranho!) e estacionaram na Rua do Grupo Desportivo… e os componentes da Escola Samba no Pé.
2 – As pessoas fazem o melhor que sabem, não duvido. Também se perde muito conhecimento adquirido com as substituições. E falta quem perceba o que se espera, quem tenha algum rasgo, como tiveram (ou têm) alguns antigos dirigentes da ACB. Mas a verdade é que este sistema de organização do Carnaval já morreu e ainda ninguém lhe disse, nem avisou a família. E das duas uma ou o Carnaval mata este sistema, ou este sistema mata o Carnaval. Quando é que as escolas compreendem que têm de se sentar à mesa para tomar decisões?
3 – As escolas estiveram como sempre. De um modo geral, bem. Com os reparos do costume… e uma necessidade extrema de melhorarem a sua performance entendendo, de uma vez por todas, que estão a protagonizar um espectáculo para os outros. E esses outros precisam de perceber a história que lhes está a ser contada. Contada. Não se trata de um mero desfile de vestidos bonitos cheios de plumas. São histórias.
4 – E não resisto a pensar que só agora percebo porque razão é que alguns não queriam uma avaliação séria e independente… Há notórias misérias que poderiam passar despercebidas se ninguém as apontasse. Mesmo que, para isso se sacrificassem aplausos a quem os merece.