«O último fim-de-semana em Portugal fez questão de o ir passar ao Palace, no Bussaco, um dos seus locais preferidos. «Quero levar o Bussaco nos olhos e na alma!» – declarou, em tom tão trágico, que o João Forjaz, o Filipe Martins e o Mateus Resende, os seus amigos mais próximos, se apressaram a dizer que iam também. Tinham planeado uma escapadela a Coimbra, para «uma farra das antigas», mas ninguém o arrancou da varanda do Palace, onde passou duas manhãs e uma tarde a olhar obsessivamente para a mata, perdido em considerações filosóficas do género «junte-se-lhe uma mulher e um bom livro e tudo o que um homem precisa para ser feliz está aqui!». Em contrapartida e confirmando a sua tese, atirou-se ao menu do Palace com o apetite de um condenado, devorando tudo o que constava da lista e insistindo em terminar sempre com o leitão assado. Para grande deleite dos amigos, invocou a sua nova condição de rico sem destino que dar ao dinheiro e ofereceu as bebidas durante todo o fim-de-semana, indiferente aos preços que os melhores vinhos da célebre cave do Palace ostentavam. Comeu, bebeu e fumou como se disso dependesse a salvação da sua alma e acabou arrastado para o comboio em condições impróprias para um governador de nomeação régia».