Ao que parece a Milha de Calígula faz hoje um ano. Está de parabéns.
Honestamente, considero que a Milha de Calígula é um exemplo acabado da importância que os blogues assumiram na vida das comunidades. O percursor, no concelho da Mealhada, foi o ‘Amo-te Luso’, que durante muito tempo – e, em parte, ainda hoje – marcou a agenda e foi de visita obrigatória.
A Milha de Calígula prosseguiu nesse caminho e, como tem publicado nuns postais, durante um ano marcou a vida política do concelho da Mealhada e, de forma muito particular, a vida da estrutura local do PSD. E marcou de uma forma sui generis. O seu mérito não está em ter apresentado ideias novas, em ter (exclusivamente) desmascarado as características de uma má liderança, ou de ter promovido uma alternativa. O mérito da Milha de Calígula está no facto de os dirigentes da Mealhada do PSD terem perdido tanto tempo a ler o blogue, a tentar descobrir os seus autores, a escrever e a responder a comentários (tantas vezes anónimos) que deixaram de governar… Deixaram de ter tempo para fazer o que, de facto, tinham de fazer e tinham prometido.
Este foi, no meu entender, o efeito mais evidente de um ano de Milha de Calígula.
Os blogues anónimos (cuja identidade dos autores não é apresentada) sofre, no meu entender de um problema. Não deixa de ser anónimo. Tem também várias vantagens – na óptica do utilizador – o efeito mistério, a liberdade de expressão (quase sem limites), e a desresponsabilização. O problema, no meu entender, supera as vantagens. Considero, no entanto, apesar de poder ser um paradoxo, que a Milha de Calígula (como o Amo te Luso) são instrumentos importantes numa sociedade democrática e revestem-se, até, de alguma utilidade pública.
Um ano depois da Fundação da Milha de Calígula, desejo aos seus autores uma longa vida e uma recomendação – a de não transformarem aquele espaço numa espécie de tribuna da delação e da mentira. Aos actores políticos da civitas, atrever-me-ia a deixar também um conselho: Não percam na milha o tempo de que precisam para governar!
Post Scriptum – Apesar de ter sido alvitrado, muitas vezes, que seria eu a pessoa por detrás da máscara de Gaius Germanicus, quero aqui assumir, pela primeira vez, de que não o sou. Quero também afirmar que nunca escrevi, nem na Milha, nem em qualquer outro blogue, comentários anónimos. E ainda, que, em determinada situação o meu nome foi visado num texto da Milha de Calígula e eu não respondi por considerar que a textos anónimos só poderemos responder com a indiferença.
Nunca fizeste nem um comentáriozinho anónimo? Nem um?
Hmmmmmm…
Acredito!
Pequena correcção: antes do ‘Amote’ foi o ‘Luso-grama-o-fone’, casa que tivemos de abandonar devido a um apagão temporário, que levou à perda de muitos posts e comentários. Foi o Grama quem semeou, por cá, a semente da blogosfera.
Quanto ao resto, em absoluto acordo, o ‘Milha de Calígula’ é exemplar. Os meus parabéns renovados. E, já agora, parabéns também pelo seu. Quanto mais vozes, melhor.
Devo andar a Leste do Paraíso ( mas não sou a assombração do James Dean) para não me ter dado conta deste tremendo elogio.
Mas agora fiquei com uma dúvida: se EU não sou TU e também não serei certamente o OUTRO, quem és TU senão EU, e quem serei EU senão TU…..ou OUTRO qualquer?
À semelhança, também não faço comentários anónimos. É ponto de honra nunca despir a veste Imperial.
Ave Caesar