A força do espírito 1.
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“Ignorar a dimensão espiritual do Homem é negar o próprio Homem”, dizia, no domingo, o Cardeal Saraiva Martins num programa televisivo. Outro prelado, na mesma ocasião, Dom José Policarpo, acrescentava que a solução de muitos dos problemas da Humanidade, e, dentre eles, todos os problemas da Paz, se resolverão com o diálogo intercultural e inter-religioso.
A religião, mais do que uma questão pessoal e privada, é também uma questão social, comunitária. É, em Portugal, como em muitas partes do mundo, uma questão de identidade de um povo. Saltaria à vista o catolicismo dos portugueses, de uma maneira geral. Mas não terá sido fundamental para a identidade do povo de Belmonte a herança da comunidade judaica que, durante séculos, ali permaneceu?
A existência de serviços de assistência espiritual em estabelecimentos hospitalares é fundamental. Será que quem precisa de ajuda só poderá encontrá-la através de um requerimento administrativo? A liberdade religiosa obriga-nos a respeitar a liberdade de culto, a liberdade dos crentes e a dos não-crentes, as especificidades dogmáticas de cada religião, desde que não colidam com os Direitos do Homem. O Estado é laico porque respeita igualmente crentes e não-crentes e os diferentes credos. Mas quantas vezes, em nome dessa laicidade, discriminamos, tratando de modo igual o que é, necessariamente, diferente? É um erro impedir que os padres católicos possam, sem entraves, apoiar espiritualmente um doente, só porque não há possibilidades de ser prestada, nas mesmas condições, assistência religiosa a doentes não católicos por ministros das confissões religiosas a que pertencem.
“Ignorar a dimensão espiritual do Homem é negar o próprio Homem”, dizia, no domingo, o Cardeal Saraiva Martins num programa televisivo. Outro prelado, na mesma ocasião, Dom José Policarpo, acrescentava que a solução de muitos dos problemas da Humanidade, e, dentre eles, todos os problemas da Paz, se resolverão com o diálogo intercultural e inter-religioso.
A religião, mais do que uma questão pessoal e privada, é também uma questão social, comunitária. É, em Portugal, como em muitas partes do mundo, uma questão de identidade de um povo. Saltaria à vista o catolicismo dos portugueses, de uma maneira geral. Mas não terá sido fundamental para a identidade do povo de Belmonte a herança da comunidade judaica que, durante séculos, ali permaneceu?
A existência de serviços de assistência espiritual em estabelecimentos hospitalares é fundamental. Será que quem precisa de ajuda só poderá encontrá-la através de um requerimento administrativo? A liberdade religiosa obriga-nos a respeitar a liberdade de culto, a liberdade dos crentes e a dos não-crentes, as especificidades dogmáticas de cada religião, desde que não colidam com os Direitos do Homem. O Estado é laico porque respeita igualmente crentes e não-crentes e os diferentes credos. Mas quantas vezes, em nome dessa laicidade, discriminamos, tratando de modo igual o que é, necessariamente, diferente? É um erro impedir que os padres católicos possam, sem entraves, apoiar espiritualmente um doente, só porque não há possibilidades de ser prestada, nas mesmas condições, assistência religiosa a doentes não católicos por ministros das confissões religiosas a que pertencem.