Entendendo o desporto como parte integrante do desenvolvimento humano, nunca entendi bem o futebol espectáculo e muito menos trampolim para realizações pessoais. Talvez por isso, nunca fui amante da modalidade na sua vertente profissional, sobretudo desde o tempo em que li a famosa cartilha do professor José Esteves, que incomodava então o desporto de Salazar e incomodaria não menos o desporto de hoje se levada honestamente á risca nos fins que o desporto tem em vista, sublimando a máxima da antiguidade “alma sã em corpo são. “
Hoje, os objectivos são outros e nem os jogos olímpicos, procurando sustentar o velho lema, respeitam as regras simples do desporto pelo desporto. O desporto espectáculo proliferou com todas as suas consequências e o futebol, que continua a gerar mais desportistas de bancada que outra coisa, serve a alguns, mas não ás populações defendidas nas doutrinas “ingénuas” do honestíssimo livro do professor José Esteves que nem sonhava com alguns lobies ou máfias dos nossos dias.
Ora a estes “alguns” a que me refiro atrás, não escapa a classe politica que, degrau a degrau, desce dos organismos superiores do Estado ás simples autarquias, muitas apostadas em incentivar, não o desporto, mas o espectáculo no território dos seus votos.
Tenho na minha frente o chamado boletim do município da Mealhada. Não se lhe pode chamar exactamente um órgão de informação municipal mas mais um folheto de propaganda politica de quem está no “poleiro”. Será sempre a mesma coisa independentemente de quem lá estiver e será sempre feito com o dinheiro de todos nós. As coisas são assim mesmo porque nos havemos de enganar uns aos outros?
Ora neste boletim que é controlado politicamente pela Câmara e onde ela diz aquilo que lhe apetece, nesta e em muitas outras Câmaras também será sempre assim, vem, além das noticias que convém á própria (nunca a oposição ali meteu o bico a dizer fosse o que fosse), uma lista de subsídios atribuídos a clubes de futebol, a associações culturais e a outras associações. Ao espectáculo e ao não espectáculo.
É logo ali na página três que qualquer munícipe que recebe em casa esta propaganda paga por nós, pode ler as listas que me deixam, não perplexo, mas confuso.
A Câmara tinha um critério mau, sempre o entendi, em que as associações culturais eram os parentes pobres desta distribuição de bónus, se bem que todas elas respeitem perfeitamente a doutrina do professor José Esteves da “alma sã em corpo são”, feita que seja a transposição devida dessa doutrina do desporto para a cultura.
Mas parece que foi feito novo regulamento, que esta Câmara também parece especialista em regulamentos, muitos deles para complicar a vida ás pessoas e se não são regulamentos, são lombas na estrada para espatifar os carros dos munícipes, ou outra coisa qualquer. Eu já não digo que quem não tem que fazer inventa, mas de facto numa Câmara tão pequena com três vereadores a tempo inteiro e mais um a meio tempo, dá que pensar …custam-nos mais de dez mil euros por mês…!
Adiante, voltando ao novo regulamento e ao boletim municipal, página três que tenho em cima da mesa, cá está, a emenda foi pior que o soneto…!!!! Ou seja, as instituições culturais “de alma sã em corpo são” levaram em 2006, trinta e quatro mil euros, são 31. As associações desportivas levam cento e vinte e quatro mil euros, são 16, com algum espectáculo pelo meio.
Do total, são 78% para desporto , 22% para cultura …Mais claro???? Depois, torna-se ainda pertinente perguntar porque é que um clube de futebol onde os atletas são profissionais, e não quero empregar o termo mercenários, tem um subsídio de 31.515 euros (Pampilhosa), e aqueles clubes onde os atletas são amadores e na sua grande maioria naturais do concelho ou até da freguesia, tem um subsídio de apenas 3.800 euros (Luso) 4.100 euros (Casal Comba) 4.000 euros (Silvã) 8.000 euros (Carqueijo) 4.100 euros (Arinhos). 27.000 (Mealhada). Porquê?
De que espécie de regulamento democrático vem este resultado? Duvida-se !
Compete á Câmara subsidiar os profissionais de fora do concelho com o nosso dinheiro e distribuir algumas migalhas pelos nativos para nos calar a boca quando precisa dos votos? Era até bom que a Câmara dissesse aos seus munícipes quanto se paga a um “profissional “ da bola neste município antes de nos anunciar os subsídios que lhes deu. Tem obrigação de o saber como gestores. E era honesto, corajoso, esclarecedor.
A mesma discriminação verifica-se depois na distribuição pelas actividades da cultura. Senão vejamos: 3.421 euros (Rancho Gedepa- Pampilhosa); 2.853euros D.Cantares – Pampilhosa); 5.000euros (Filarmónica – Pampilhosa); E depois:
Fazendo contas, a Mealhada com 5 associações, levou 3.191 euros, o Luso, com 4, levou 2.878 euros, Casal Comba, com seis, associações levou 6.873 euros, Barcouço, com outras 6 levou 6.544 euros e Pampilhosa, também com seis associações, levou 12.418 euros, (doze mil quatrocentos e dezoito euros) ou seja, 36% do total distribuído. Tudo preto no branco no boletim do município.
Porque carga de água, perdoem a expressão, recebem os ranchos da Pampilhosa cerca de três mil euros cada e os do Luso e da Mealhada mil e poucos euros? Não serão na mesma ranchos, não fazem a mesma coisa, não promovem a mesma cultura? Um rancho não é um rancho em todo o lado? Compete agora á Câmara avaliar o que são ranchos, controlar o que fazem e ajuizar do seu valor? Será? Ou serão melhores por serem da Pampilhosa? E porque recebem os Corais da Mealhada e de Casal Comba apenas 700 euros? Será preciso descobrir um coral na Pampilhosa para rever em alta o subsídio? Porque leva aquela freguesia 36% do dinheiro dos subsídios da Câmara? As outras são de 2ª categoria ? Trata-se dum engano pacóvio e tosco ou isto é sério e o município está dividido em brancos, pretos, amarelos ou arianos? Tudo sob a capa dum partido democrático que tem valores a defender??? São de facto leituras que o boletim proporciona e quem promoveu este novo regulamento, claro que não teve a intenção de o fazer por medida mas que a jaqueta parece feita para assentar em alguém, disso não há dúvida.
È óbvio que nada me move contra aquela ou outra freguesia qualquer, julgo até que as associações culturais estão cada vez mais prejudicadas, mas na minha perspectiva de cidadão e munícipe julgo também esta distribuição discriminatória, injusta e intolerável.
Essa de partir do principio de que somos todos broncos e tapadinhos já lá vai…!
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Entendendo o desporto como parte integrante do desenvolvimento humano, nunca entendi bem o futebol espectáculo e muito menos trampolim para realizações pessoais. Talvez por isso, nunca fui amante da modalidade na sua vertente profissional, sobretudo desde o tempo em que li a famosa cartilha do professor José Esteves, que incomodava então o desporto de Salazar e incomodaria não menos o desporto de hoje se levada honestamente á risca nos fins que o desporto tem em vista, sublimando a máxima da antiguidade “alma sã em corpo são. “
Hoje, os objectivos são outros e nem os jogos olímpicos, procurando sustentar o velho lema, respeitam as regras simples do desporto pelo desporto. O desporto espectáculo proliferou com todas as suas consequências e o futebol, que continua a gerar mais desportistas de bancada que outra coisa, serve a alguns, mas não ás populações defendidas nas doutrinas “ingénuas” do honestíssimo livro do professor José Esteves que nem sonhava com alguns lobies ou máfias dos nossos dias.
Ora a estes “alguns” a que me refiro atrás, não escapa a classe politica que, degrau a degrau, desce dos organismos superiores do Estado ás simples autarquias, muitas apostadas em incentivar, não o desporto, mas o espectáculo no território dos seus votos.
Tenho na minha frente o chamado boletim do município da Mealhada. Não se lhe pode chamar exactamente um órgão de informação municipal mas mais um folheto de propaganda politica de quem está no “poleiro”. Será sempre a mesma coisa independentemente de quem lá estiver e será sempre feito com o dinheiro de todos nós. As coisas são assim mesmo porque nos havemos de enganar uns aos outros?
Ora neste boletim que é controlado politicamente pela Câmara e onde ela diz aquilo que lhe apetece, nesta e em muitas outras Câmaras também será sempre assim, vem, além das noticias que convém á própria (nunca a oposição ali meteu o bico a dizer fosse o que fosse), uma lista de subsídios atribuídos a clubes de futebol, a associações culturais e a outras associações. Ao espectáculo e ao não espectáculo.
É logo ali na página três que qualquer munícipe que recebe em casa esta propaganda paga por nós, pode ler as listas que me deixam, não perplexo, mas confuso.
A Câmara tinha um critério mau, sempre o entendi, em que as associações culturais eram os parentes pobres desta distribuição de bónus, se bem que todas elas respeitem perfeitamente a doutrina do professor José Esteves da “alma sã em corpo são”, feita que seja a transposição devida dessa doutrina do desporto para a cultura.
Mas parece que foi feito novo regulamento, que esta Câmara também parece especialista em regulamentos, muitos deles para complicar a vida ás pessoas e se não são regulamentos, são lombas na estrada para espatifar os carros dos munícipes, ou outra coisa qualquer. Eu já não digo que quem não tem que fazer inventa, mas de facto numa Câmara tão pequena com três vereadores a tempo inteiro e mais um a meio tempo, dá que pensar …custam-nos mais de dez mil euros por mês…!
Adiante, voltando ao novo regulamento e ao boletim municipal, página três que tenho em cima da mesa, cá está, a emenda foi pior que o soneto…!!!! Ou seja, as instituições culturais “de alma sã em corpo são” levaram em 2006, trinta e quatro mil euros, são 31. As associações desportivas levam cento e vinte e quatro mil euros, são 16, com algum espectáculo pelo meio.
Do total, são 78% para desporto , 22% para cultura …Mais claro????
Depois, torna-se ainda pertinente perguntar porque é que um clube de futebol onde os atletas são profissionais, e não quero empregar o termo mercenários, tem um subsídio de 31.515 euros (Pampilhosa), e aqueles clubes onde os atletas são amadores e na sua grande maioria naturais do concelho ou até da freguesia, tem um subsídio de apenas 3.800 euros (Luso) 4.100 euros (Casal Comba) 4.000 euros (Silvã) 8.000 euros (Carqueijo) 4.100 euros (Arinhos). 27.000 (Mealhada). Porquê?
De que espécie de regulamento democrático vem este resultado? Duvida-se !
Compete á Câmara subsidiar os profissionais de fora do concelho com o nosso dinheiro e distribuir algumas migalhas pelos nativos para nos calar a boca quando precisa dos votos? Era até bom que a Câmara dissesse aos seus munícipes quanto se paga a um “profissional “ da bola neste município antes de nos anunciar os subsídios que lhes deu. Tem obrigação de o saber como gestores. E era honesto, corajoso, esclarecedor.
A mesma discriminação verifica-se depois na distribuição pelas actividades da cultura. Senão vejamos: 3.421 euros (Rancho Gedepa- Pampilhosa); 2.853euros D.Cantares – Pampilhosa); 5.000euros (Filarmónica – Pampilhosa);
E depois:
1.200 euros (Flores deS. Romão-Mealhada); 1.600 euros (Tricanas/Luso); 2.800 (Rancho/Vimieira); 400euros (Teatro Cértima-Mealhada); 700euros (Coral Magister-Mealhada); etc., etc.,
Critério ou regulamento caseiro?
Fazendo contas, a Mealhada com 5 associações, levou 3.191 euros, o Luso, com 4, levou 2.878 euros, Casal Comba, com seis, associações levou 6.873 euros, Barcouço, com outras 6 levou 6.544 euros e Pampilhosa, também com seis associações, levou 12.418 euros, (doze mil quatrocentos e dezoito euros) ou seja, 36% do total distribuído. Tudo preto no branco no boletim do município.
Porque carga de água, perdoem a expressão, recebem os ranchos da Pampilhosa cerca de três mil euros cada e os do Luso e da Mealhada mil e poucos euros? Não serão na mesma ranchos, não fazem a mesma coisa, não promovem a mesma cultura? Um rancho não é um rancho em todo o lado? Compete agora á Câmara avaliar o que são ranchos, controlar o que fazem e ajuizar do seu valor? Será? Ou serão melhores por serem da Pampilhosa? E porque recebem os Corais da Mealhada e de Casal Comba apenas 700 euros? Será preciso descobrir um coral na Pampilhosa para rever em alta o subsídio? Porque leva aquela freguesia 36% do dinheiro dos subsídios da Câmara? As outras são de 2ª categoria ?
Trata-se dum engano pacóvio e tosco ou isto é sério e o município está dividido em brancos, pretos, amarelos ou arianos? Tudo sob a capa dum partido democrático que tem valores a defender??? São de facto leituras que o boletim proporciona e quem promoveu este novo regulamento, claro que não teve a intenção de o fazer por medida mas que a jaqueta parece feita para assentar em alguém, disso não há dúvida.
È óbvio que nada me move contra aquela ou outra freguesia qualquer, julgo até que as associações culturais estão cada vez mais prejudicadas, mas na minha perspectiva de cidadão e munícipe julgo também esta distribuição discriminatória, injusta e intolerável.
Essa de partir do principio de que somos todos broncos e tapadinhos já lá vai…!
*mealhadatemas.blog.com* Fevereiro, 20,2007
Virão por aí o Mineco?
Esse caralho deve andar a fazer das dele.